VENDA DE CIMENTO APRESENTA UMA LEVE ALTA EM JANEIRO, MAS PREÇOS DE INSUMOS AFETAM DESEMPENHO DO SETOR

PAULOAs vendas de cimento em fevereiro de 2022 totalizaram 4,8 milhões de toneladas, um crescimento de 1,9% em relação ao mesmo mês de 2021, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). Mesmo registrando uma pequena melhora, o setor apresenta uma retração de 3,5% no acumulado dos dois primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2021. Outro fator importante foi a venda por dia útil (um indicador que considera o número de dias trabalhados que tem forte influência no consumo de cimento). A comercialização foi de 225,7 mil toneladas, uma queda de 3,4% comparado ao mesmo mês do ano anterior e de 7,1% em relação ao acumulado no ano.

Em fevereiro, o setor nas regiões Sudeste e Centro-Oeste repetiu o baixo desempenho registrado em janeiro, enquanto nas regiões Norte e Sul permaneceram com as vendas bastante positivas. Os principais indutores do desempenho foram as perspectivas mais favoráveis no mercado de trabalho (diminuição do desemprego), a continuidade do Auxílio Brasil (programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família) e a queda considerável dos números da pandemia, após um início de ano conturbado em função da nova variante Ômicron, da gripe Influenza e das fortes chuvas ocorridas em janeiro em quase todo país. Os indicadores de confiançaCIMENTO caminham em direções opostas entre o otimismo e o pessimismo.

Mesmo com a leve recuperação do mercado de trabalho, a massa salarial continua em queda, isto porque os novos postos estão com salários menores do que antes da pandemia, fazendo o rendimento real atingir o menor patamar da série histórica. Existe hoje uma realidade no Brasil e no exterior marcada por significativa majoração nos preços das commodities, afetando diretamente o setor cimenteiro. Os custos dos insumos permanecem em alta, especialmente aqueles ligados a energia térmica, principalmente o coque de petróleo, que se agravam com o conflito entre Rússia x Ucrânia. Com o desdobramento da guerra é verificado um forte desarranjo e gargalos na logística global do transporte marítimo com aumentos nos seguros, combustível das embarcações e consequentemente no frete, pressionando fortemente os custos da indústria do cimento. Em razão desse complexo cenário somado ao aperto monetário, incerteza fiscal e política e outros vetores que apontam para o baixo crescimento, a indústria do cimento projeta um agravamento da performance da atividade ao longo do ano.

Para o Presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna, a forte pressão no preço das commodities está afetando o mundo. “A situação se agrava em razão da guerra da Rússia contra a Ucrânia que, inevitavelmente, afetará ainda mais o valor do petróleo, do gás, do carvão e do coque no mercado global. Desta forma, a indústria nacional e do cimento, em particular, estão enfrentando aumentos ainda mais expressivos nos seus custos de produção”, afirmou.

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