VERMEER ESTUDA ABRIR FÁBRICA NO BRASIL
A empresa americana Vermeer, que faz perfurações para a instalação de gasodutos e oleodutos, já atuava no Brasil há 20 anos através de representantes, mas há um ano e meio abriu um escritório regional, em Valinhos (SP), para atender às crescentes demandas da América Latina. O gerente geral da empresa no Brasil, Flávio Leite, contou ao repórter Daniel Fraiha que a companhia estuda abrir sua primeira fábrica no país ainda no próximo ano.
Qual é o foco de trabalho da empresa?
A Vermeer é uma empresa americana, com mais de 65 anos no mercado, e a gente trabalha nichos de mercado. Temos uma linha agrícola mais de forragem, uma linha ligada à área florestal, com trituradores horizontais, verticais, picadores de galhos, estocadores, e temos a linha voltada para a área de infraestrutura subterrânea. Nessa divisão temos as valetadeiras, para a abertura de valas, desde as pequenas, para serviços menores, até as grandes, para oleodutos e gasodutos. Podemos abrir valas de até 1,20 metros de largura e 5,5 metros de profundidade. Além disso, temos a linha de equipamentos não-destrutivos, que são equipamentos de perfuração direcional ou horizontal, também de diversos tamanhos.
São mais utilizados em que tipo de instalação?
Em qualquer infraestrutura subterrânea; rede de água, esgoto, redes de telecomunicações, energia elétrica, oleodutos, gasodutos, etanodutos, minerodutos, ou o que for.
E quem são os principais clientes da empresa?
Algumas companhias adquirem o próprio equipamento, como empresas de água, esgoto, gás, mas a maioria são prestadores de serviços dessas companhias.
Há quanto tempo estão no país?
A Vermeer tem presença no Brasil há 20 anos, mas sempre foi através de distribuição, feita por um representante que tínhamos aqui. Só que, pela importância do Brasil e de toda a América Latina, a estratégia da nossa empresa foi montar um escritório regional. A gente já tinha um na Ásia, para atender àquela região, e outro na Europa. Faltava na América Latina, para dar suporte aos nossos revendedores daqui. Então assumimos a distribuição no Brasil.
E depois que trouxeram o escritório, sentiram uma mudança grande?
Sem dúvida. Tanto no pós-venda, para os nossos clientes que já tinham equipamentos, quanto na melhora da estrutura de manutenção, de peças e no treinamento, além de termos mais equipamentos a disposição aqui em estoque. E as vendas aumentaram bastante. Com toda essa nossa estrutura, os clientes acreditaram e chegaram com um investimento que nós buscávamos.
Vocês já produzem aqui?
Ainda não, mas a gente tem intenção de começar a montar.
Para quando?
A gente deve começar ano que vem nessa linha voltada para o Meio Ambiente, devemos começar a montar e a produzir alguma coisa aqui. Ainda em pequena escala.
Mas planejam trazer a fabricação de grandes equipamentos?
Dependendo de como for esse nosso piloto com este tipo de equipamento, a idéia é expandir isso para outras áreas.
E onde seria a fábrica?
Na nossa região, em Valinhos, entre São Paulo e Campinas. Provavelmente será nessa região, mas ainda não tem nada definido.
Vocês tem tido muitos pedidos da área de óleo e gás?
Sim, tem bastante perspectiva e necessidade, mas esse ano não foram feitos grandes investimentos nessa área. Até porque a Petrobrás estava investindo em um negócio, mas onde nós entraríamos, que é a instalação de tubulação, não houve grandes projetos. Mas a previsão é que tenha bastante coisa. Muito investimento em infraestrutura em geral.
A instalação de gasodutos é uma linha interessante para vocês?
Sim, fazemos a abertura de valas e também as travessias de rios, cruzamentos e rodovias.
O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, disse que estão fazendo um estudo de mapeamento para indicar onde seriam interessantes novos gasodutos que o governo deve licitar. O que acharam da notícia?
Muito boa. E é necessário, porque a maioria da nossa malha pega o litoral, então tem regiões que necessitam da expansão. Devem sair projetos nos próximos anos.
Já existe o projeto da implantação da fábrica em Valinhos ou região de Campinas?