WALDIR MARANHÃO ANULA SUA PRÓPRIA DECISÃO E PROCESSO DO IMPEACHMENT VOLTA A CORRER NORMALMENTE
A confusão é tão grande na política brasileira, que em menos de um dia o impeachment caiu e voltou, depois das trapalhadas do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (foto), que começou a segunda-feira (9) anulando a votação do processo na Casa, quando o afastamento da presidente Dilma Rousseff havia sido aprovado pela maioria dos deputados, e terminou a noite anulando a própria anulação, após sofrer pressão de todos os lados e de ter sido ignorado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, que mandou seguir normalmente o rito do processo.
As especulações em torno da decisão de Maranhão foram diversas, ora apontando para uma manobra de Eduardo Cunha, ora indicando que o Advogado Geral da União, Eduardo Cardozo, e o governador do Maranhão, Flávio Dino, estavam por trás da articulação. A segunda hipótese tem sido a mais aceita até agora – e de fato é a mais provável –, principalmente depois que Cunha chamou a decisão de irresponsável e da movimentação dos congressistas petistas, que se posicionaram na defesa da decisão.
Agora, além de cair no descrédito, Maranhão conseguiu atrair todos os holofotes para si, com a possibilidade de expulsão do seu partido, o PP, em discussão internamente; a defesa de oposicionistas pela cassação de seu mandato; e a avaliação a ser feita pela Mesa Diretora da Câmara em relação à possível destituição dele do cargo de presidente interino. Além disso, seu filho, que é médico em São Paulo mas recebia salário como funcionário do Tribunal de Contas do Maranhão, foi exonerado, e a lista de prejuízos para a carreira política do deputado ainda deve crescer nos próximos dias.
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