O ANO DE 2016 AINDA É UMA INCÓGNITA PARA GRANDE PARTE DO EMPRESARIADO BRASILEIRO | Petronotícias




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O ANO DE 2016 AINDA É UMA INCÓGNITA PARA GRANDE PARTE DO EMPRESARIADO BRASILEIRO

Carlos-MauricioBrasileiro bom é brasileiro que consegue sobreviver às diversas crises econômicas que o país passou ao longo de sua história. Pelo menos é assim que se podem compreender as sucessivas intempéries políticas e econômicas que o Brasil atravessou desde a década de 60. Um bom exemplo dessa sobrevivência é o empresário Carlos Maurício de Paula Barros, presidente da EBSE, a maior caldeiraria pesada do Rio de Janeiro, produtora de tubos e equipamentos pesados especiais para várias empresas brasileiras e estrangeiras. Uma empresa com 102 anos de existência e experiência.

A trajetória de Carlos Maurício mostra que ele foi testemunha de muitas idas e vindas na política e na economia, tendo passado por muitas empresas de engenharia e presidido a ABEMI durante dois mandatos. Escolhemos ouvi-lo neste projeto Perspectivas 2016, que o Petronotícias vem desenvolvendo,  porque certamente tem contribuições a oferecer. Ao lado dele, ouvimos também Diva Gwiscz, executiva da UPC Interpipe, empresa com sede em Houston, que pode dar uma visão externa de como o Brasil está sendo visto. Ouvimos também a empresária Cristina Graham, de uma das mais importantes empresas do sul do país, a PH Dutos, que tem grande experiência internacional, principalmente no Canadá e nos Estados Unidos.

 Primeiramente, vamos saber as opiniões de Carlos Mauricio, presidente da EBSE:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

 “O setor de engenharia talvez seja o mais fácil de analisar no ano que termina: qualquer consideração sinistra é adequada e se encaixa perfeitamente. Nada aconteceu de bom. Os investimentos que se concentravam no segmento de óleo e gás foram postergados ou descontinuados. A cadeia produtiva de fornecedores de materiais, equipamentos e serviços desabou em consequência, como um castelo de cartas. Anos de investimentos em tecnologia, novas instalações e formação de pessoas viraram pó. Literalmente. Para um levanta e sacode a poeira, seriam necessários novos investimentos, recuperação do preço do petróleo e do minério, restruturação financeira da Petrobrás e do país, e credibilidade do governo. Como nada disto acontece só com pedidos de fim de ano, corremos sério risco de repetir as décadas de 80 e 90, quando a engenharia nacional virou suco. Para completar este nosso Brasil X Alemanha atual, só estava faltando a inflação, que agora já se manifestou: ‘ôpa, estou na área!’”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

“Alugar para a China, como alguns defendem, não serve: eles não querem! Só tenho uma certeza: os remédios para os nossos males serão sempre amargos e difíceis de engolir. Para ministrar as dosagens adequadas, precisamos somente de um líder com coragem, tipo Mandela, vontade férrea, tipo Churchill, idealismo, tipo Luther King, e autoridade, tipo Gandhi. O problema é que os nossos são tipo Insetisan!”

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

“Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar, que daqui para a frente vai ser diferente (Drummond). Vamos rezar juntos, para que este milagre aconteça  no fim do ano que vem.”

Diva GwisczA experiência internacional de Diva Gwiscz, trabalhando em Houston na UPC Interpipe, a credencia para dar uma visão da situação brasileira, por alguém que vive uma realidade completamente diferente. Uma  realidade direto da capital do petróleo:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

“Os problemas políticos abalaram o país inteiro, não somente no setor de óleo e gás, mas também nos outros segmentos. Muito desemprego, empresas reduziram horas de trabalho ou fecharam;  reduções de salários etc. O fato de muitas obras haverem sido enviadas para o exterior também causou um grande impacto aos epecistas, companhias de engenharia, fabricantes nacionais de equipamentos e fornecedores.”

 – Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

“Primeiramente, um ‘overhaul’ radical para que o Brasil tenha uma oportunidade de voltar a ter alguma credibilidade no exterior.  Trazer de volta ao Brasil os serviços enviados ao exterior, principalmente da Ásia, observando o famoso “conteúdo nacional” qual a própria Petrobrás não respeitou, principalmente mão de obra, fabricação de equipamentos, etc. Isso já aliviaria o grande problema de desemprego no Brasil”.

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

 “Acredito que ainda será bem devagar, porém com probabilidade de melhoras. Precisamos ser otimistas! Sempre otimistas! ”

 cristinaA empresária Cristina Graham, diretora da PH Dutos, com sede em Santa Catarina, passa grande parte de seu tempo de trabalho conhecendo e aproveitando as oportunidades em todo Brasil. É também muito atuante no mercado internacional, principalmente nos Estados Unidos e no Canadá. Ela nos mostra agora as suas opiniões:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

“O ano de 2015 foi um ano de estagnação dos grandes projetos, diminuindo a demanda de todos os tipos de serviço em nosso ramo.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país  atravessa?

“Sem dúvidas a retomada de todos os projetos que ajudaram na melhoria da infraestrutura do país, aumentado a demanda por trabalhadores e automaticamente melhorando a economia, sem esquecer da reforma no sistema tributário.

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

“No momento, precisamos de uma decisão do governo para sabermos a perspectiva para 2016. Com algumas mudanças, poderemos ter um ano de 2016 otimista.”

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