CONSUMO DE GASOLINA NÃO VOLTARÁ AOS NÍVEIS PRÉ-COVID ATÉ 2022, COM QUEDA DE R$ 54 BILHÕES EM ARRECADAÇÃO
O consumo de gasolina C não deve retomar os patamares anteriores à pandemia do coronavírus até 2022, segundo um novo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Com o tombo no comércio da gasolina e de outros combustíveis, o impacto na arrecadação de impostos poderá chegar a R$ 54 bilhões.
De acordo com o levantamento, publicado nesta semana, as vendas anuais da gasolina C em 2020 devem variar entre 31,6 bilhões e 35,1 bilhões de litros. No ano passado, o volume comercializado foi de 38,4 bilhões de litros. Para 2022, a venda da gasolina, que faz parte do chamado Ciclo Otto, está estimada entre 32,1 bilhões e 36,9 bilhões de litros.
Enquanto isso, a comercialização de etanol hidratado, também do Ciclo Otto, deve variar entre 19,4 bilhões e 21,4 bilhões de litros neste ano. Em 2019, esse volume alcançou 23,2 bilhões de litros. Em relação querosene de aviação (QAV), a EPE está projetando uma retração de 34% a 60% no consumo em 2020. Já o óleo diesel B deve ser menos impactado por ser amplamente utilizado no transporte rodoviário de cargas. Assim, a redução do seu consumo deve ficar entre 2% a 8% em 2020.
A EPE também fez uma projeção das perdas em arrecadação de impostos com a diminuição das vendas de todos os combustíveis. “Estima-se que as perdas poderão potencialmente alcançar R$ 54 bilhões de forma agregada ao longo de todo o período analisado [2020~2022]”, afirmou a EPE. “Desse montante, os tributos de responsabilidade federal respondem por até R$ 18 bilhões, enquanto os de responsabilidade estadual podem atingir R$ 36 bilhões”, acrescentou.
O estudo diz que não foram consideradas as perdas arrecadatórias relativas ao consumo de QAV, em função da dinâmica diferenciada deste mercado e dificuldades na obtenção de informações. O documento segue afirmando que a “maior perda [de arrecadação] projetada dentre os combustíveis é a da gasolina C, que pode chegar a R$ 39 bilhões no acumulado entre 2020 e 2022”.
O estudo completo pode ser lido no site da EPE.
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