ANVISA LIBERA IMPORTAÇÃO DE RADIOFÁRMACOS POR AGENTES PRIVADOS ATÉ 31 DE DEZEMBRO PARA ATENDER MEDICINA NUCLEAR
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a importação de radiofármacos por empresas privadas até o dia 31 de dezembro, em virtude do risco de desabastecimento no país. Essas importações valem para 18 produtos, que eram fornecidos pelo Ipen (Instituto de pesquisas Energéticas e Nucleares). Para lembrar, a crise neste setor se estabeleceu depois do fim do orçamento para trazer a matéria-prima, o Molibdênio-99, da África do Sul, Holanda e da Rússia. Sem o Molibidênio-99, o Ipen não pode produzir esses radiofármacos. O Ministério da Economia liberou uma pequena verba extra, mas que só garante o Molibidênio no IPEN até o final da próxima semana. Depois disso, os pacientes com câncer deixarão de ser atendidos por falta de medicamentos e exames. Enquanto isso, espera-se a boa vontade da Câmara dos Deputados votar o orçamento para o Ministério da Ciência e Tecnologia ter verbas para a importação desses produtos.
A importação desses produtos poderá ser feita pela iniciativa privada e, devido a escassez, espera-se que os preços aumentem. A crise orçamentária que atinge o coração do IPEN, vinculado ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e à CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), já estava prevista desde o início do ano. Na data, foi enviado um ofício informando que haveria a paralisação da produção dos medicamentos a partir do dia 20 de agosto. Diante do cenário, o governo, por meio do Ministério da Economia, liberou a verba de quase R$ 20 milhões, que foram apenas para uso emergencial. Esse dinheiro só será suficiente para produzir Radiofármacos até o dia 8 de outubro. Até lá, clínicas e hospitais estarão cobertos com esses medicamentos. Mesmo com essa medida, porém, as instituições já passam por problemas para conciliar tratamentos e diagnósticos nas próximas semanas. Hospitais brasileiros já planejam cancelar ou adiar procedimentos. Caso um novo orçamento não seja liberado, a produção poderá parar outra vez, trazendo novos problemas para centros de saúde do país.
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