INVESTIMENTOS EM EÓLICAS OFFSHORE COMEÇAM A SE APROXIMAR DOS RECURSOS APLICADOS EM ÓLEO E GÁS | Petronotícias




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INVESTIMENTOS EM EÓLICAS OFFSHORE COMEÇAM A SE APROXIMAR DOS RECURSOS APLICADOS EM ÓLEO E GÁS

Alexander Dobrowen FløtreOs gastos com energia eólica offshore estão cada vez mais diminuindo a lacuna na comparação com os recursos aplicados em petróleo e gás. Existem ainda previsões que apontam que a fonte renovável pode superar os investimentos em O&G em vários mercados importantes até 2030, de acordo com uma nova análise feita pela Rystad Energy. Embora as despesas globais de capital no segmento de petróleo vão aumentar nominalmente durante a atual década, o crescimento previsto em investimentos eólicos offshore trará a Europa, os Estados Unidos e a Ásia (exceto a China) ao ponto de inflexão antes do final de 2030. Segundo a pesquisa, os investimentos globais de O&G offshore aumentarão marginalmente para mais de US$ 140 bilhões até 2030. Enquanto isso, o setor eólico offshore, em um rápido crescimento, deverá atingir um tamanho de mercado de US$ 87 bilhões no mesmo período – uma elevação de 70% em comparação com o valor de mercado de 2021 – US$ 50 bilhão. Além disso, as estimativas mostram que menos de US$ 10 bilhões separarão o CAPEX offshore de greenfield para O&G e investimentos eólicos offshore até 2030.

Embora esse ponto de virada ainda esteja um pouco distante em nível global, espera-se que os países e regiões que priorizam a energia eólica offshore vejam um declínio gradual nos investimentos em O&G e a ascensão da energia eólica offshore. A Rystad lembra que China e Reino Unido – os dois países com maior capacidade eólica offshore – já alcançaram esse ponto de passagem em 2017 e 2020, respectivamente. Espera-se que a Europa seja a maior região eólica offshore do mundo até 2030, com 119 gigawatts (GW) de capacidade. O ponto de travessia continental está previsto para acontecer em 2026, enquanto os investimentos eólicos offshore apenas na Dinamarca devem ultrapassar os de O&G já no próximo ano.

Para permanecerem relevantes em um mercado em constante mudança, as empresas de serviços offshore precisarão monitorar esta tendência de perto enquanto elaboram estratégias de longo prazo que as posicionam para uma transição suave para a energia eólica offshore, permitindo que eles aproveitem o que promete ser uma indústria de grande crescimento”, diz Alexander Dobrowen Fløtre, especialista em energia eólica offshore e vice-presidente da Rystad Energy.

FPSO_Full-View_405x420A empresa de pesquisa energética acredita que duas regiões verão tendências claras e opostas entre os dois setores – Europa e Ásia (exceto China). Para o Velho Continente, os níveis de investimento em energia eólica offshore são elevados há algum tempo, tornando a região a mais madura do mundo quando o assunto é geração eólica offshore, com 25,7 GW de capacidade operacional. Com o declínio no investimento em  O&G offshore e cortes de orçamento de CAPEX por empresas de E&P durante a pandemia, os níveis de investimento de energia eólica offshore e offshore de O&G devem aproximar-se em 2022. No entanto, haverá uma ligeira recuperação para o setor de óleo e gás conforme a economia se recupera na pós-pandemia. Por isso, o ponto de passagem não deve ocorrer na Europa antes de 2026. A partir de então, esses dois mercados devem separar-se em termos níveis de investimento.

Enquanto isso, na Ásia (excluindo a China), a indústria eólica offshore ainda está em sua infância, mas os números desse setor no continente devem crescer rapidamente durante a década. No curto e médio prazos, os parques eólicos próximos à costa, em águas rasas, no Vietnã e a energia eólica offshore convencional em Taiwan devem impulsionar o investimento regional até 2025. “Esperamos que principalmente o Japão e a Coreia do Sul contribuam para o crescimento setorial na segunda metade da década. Com a redução dos investimentos em O&G, o ponto de passagem de investimentos na Ásia está previsto para ocorrer em 2028“, avaliou a Rystad.

Diferentes países têm histórias diferentes, e alguns já viram os investimentos eólicos offshore ultrapassarem os de O&G. O Reino Unido é atualmente a maior nação eólica offshore do mundo, com cerca de 10,5 GW de capacidade operacional. Ao mesmo tempo, a plataforma continental do Reino Unido é uma região com o setor petrolífero offshore maduro, onde muitos campos já foram desativados. Embora os níveis de investimento em O&G e eólica offshore tenham se cruzado anteriormente, o ponto de passagem mais permanente ocorreu em 2020. Como o Reino Unido tem como meta 40 GW de capacidade eólica offshore até 2030, os níveis de atividade devem permanecer altos, fazendo com que esse setor permaneça maior do que o mercado de petróleo e gás offshore até 2030.

Energia EólicaO limitado setor de petróleo e gás offshore de águas rasas da China tem visto níveis de investimento estáveis de cerca de US$ 5 bilhões anualmente. Ao mesmo tempo, os investimentos eólicos offshore têm crescido rapidamente desde 2015, em parte graças a políticas de apoio. Como resultado, a China experimentou seu ponto de passagem em 2017. Embora a atividade eólica offshore deva desacelerar assim que os investimentos atuais diminuírem, o setor deverá permanecer maior do que o de petróleo e gás ao longo desta década.

Os Estados Unidos, por sua vez, viram os níveis de investimento em óleo e gás em declínio, com níveis de CAPEX previstos abaixo de US$ 10 bilhões de 2023 em diante. Ao mesmo tempo, o governo de Joe Biden estabeleceu uma ambiciosa meta de energia eólica offshore federal de 30 GW até 2030. “A Rystad Energy espera que os EUA não cumpram sua meta declarada, mas nossa previsão de 21 GW até 2030 ainda implicará em investimentos crescentes entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões de 2025 a 2030. A energia eólica offshore nos EUA verá novamente níveis de CAPEX maiores do que O&G após 2030, à medida que o investimento em upstream caia”, concluiu.

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