PRIMEIRAS IMAGENS DO GASODUTO NORD STREAM NO FUNDO MAR BÁLTICO CONFIRMAM SUSPEITA DE SABOTAGEM

Três semanas depois da explosão, surgiram as primeiras imagens do fundo do oleoduto Nord Stream destruído no fundo do Mar Báltico. Por conta do nível de destruição, segundo os especialistas dinamarqueses, foi uma usada força extrema, confirmando a suspeita de sabotagem. As imagens mostram que pelo menos 165 pés do oleoduto Nord Stream 1 foram destruídos ou enterrados sob o fundo do mar, após uma explosão em 26 de setembro. A divulgação das imagens ocorreu quando a polícia dinamarquesa disse que “explosões poderosas” estavam por trás dos danos aos dois gasodutos (Nord Stream 1 e 2) na costa da Dinamarca, no Mar Báltico. Em 6 de outubro, investigadores suecos disseram que suas próprias investigações iniciais chegaram a uma conclusão semelhante. Os dois oleodutos Nord Stream foram danificados por explosões sob o Mar Báltico no final de setembro, causando quatro vazamentos. As autoridades suecas e dinamarquesas estão investigando quatro furos nos oleodutos Nord Stream 1 e 2. Enquanto os vazamentos ocorreram em águas internacionais, dois deles estavam na zona econômica exclusiva dinamarquesa e dois deles na sueca.  Ainda não ficou claro exatamente qual parte do oleoduto Nord Stream 1 o vídeo gravou, mas é provável que seja a seção que a Suécia está investigando, a nordeste da ilha dinamarquesa de Bornholm.

Para lembrar, os oleodutos, que ligam a Rússia à Alemanha, estão no centro das tensões geopolíticas, já que a Rússia cortou o fornecimento de gás para a Europa em suspeita de retaliação às sanções ocidentais pela invasão da Ucrânia por Moscou. Embora os dutos não estivessem em operação, eles continham gás antes de serem vítimas da aparente sabotagem. Nos vídeos publicados pelo jornal sueco Expressen, um enorme rasgo e metal retorcido podem ser vistos no oleoduto, 80 metros abaixo do oceano. Através da escuridão, uma trinca profunda pode ser vista no fundo do mar onde o gasoduto costumava ser, antes das explosões. De acordo com o jornal, os vídeos que foram filmados na segunda-feira mostram como mais de 165 pés do oleoduto estão desaparecidos ou enterrados no fundo do mar, e longas lágrimas podem ser observadas no fundo do mar até o tubo estourado. Um especialista sueco disse que  apenas uma força extrema que pode dobrar metal tão grosso daquela maneira. Um drone submersível que capturou o vídeo, que também mostrou  um impacto muito grande no fundo do mar ao redor do tubo. O jornal sueco disse que as explosões mediram 2,3 na escala Richter.  As autoridades  dinamarquesas confirmaram  que houve danos extensos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no Mar Báltico, ao largo da Dinamarca, e que a causa dos danos foram explosões poderosas.

O ministro da Defesa dinamarquês, Morten Bodskov, disse que isso não é de forma alguma uma coincidência. “Não parece apenas planejado, mas muito bem planejado. A polícia foi assistida pelas Forças Armadas da Dinamarca e colaborou, entre outros, com a agência de segurança e inteligência dinamarquesa. A investigação adicional das rupturas dos oleodutos Nord Stream 1 e 2 na zona econômica exclusiva da Dinamarca seria realizada em conjunto pela Polícia de Copenhague e pelo Serviço de Segurança e Inteligência da Dinamarca. Ainda é muito cedo para dizer qualquer coisa sobre a estrutura sob a qual a cooperação internacional com, por exemplo, a Suécia e a Alemanha, será executada, pois depende de vários atores”, afirmou.

O Kremlin disse na terça-feira que as investigações sobre as explosões que danificaram os gasodutos Nord Stream sob o Mar Báltico parecem ter sido montadas com a intenção de culpar falsamente a Rússia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a “lógica elementar mostrou que o dano ao oleoduto foi um golpe para os interesses da Rússia. Ele disse que a investigação estava sendo conduzida secretamente e sem o envolvimento de Moscou.  O principal é que a aparência em público, de acordo com declarações que estamos ouvindo da Alemanha, da França e da Dinamarca: esta investigação foi criada inerentemente para colocar a culpa na Rússia.”

Inicialmente, assumiu-se que os vazamentos foram acidentais, mas as opiniões mudaram rapidamente com vários governos afirmando que quatro vazamentos separados acontecendo quase simultaneamente estavam além da coincidência. Os governos da Dinamarca e da Suécia disseram anteriormente que suspeitavam que várias centenas de quilos de explosivos estavam envolvidos na realização de um ato deliberado. Os líderes mundiais chamaram os danos de um ato de sabotagem, e Moscou tentou colocar a culpa no Ocidente, sugerindo que os Estados Unidos ganhariam. Washington negou qualquer envolvimento. Os vazamentos do Nord Stream 1 e 2 descarregaram grandes quantidades de metano no ar, e foram levantadas preocupações sobre o enorme impacto ambiental.

A filmagem foi divulgada depois que a polícia norueguesa disse que prendeu quatro russos suspeitos de violar uma proibição de fotografia, já que o país teme uma possível sabotagem em locais críticos de infraestrutura. A Noruega está em alerta máximo após vários relatos de avistamentos misteriosos de drones perto de plataformas offshore de perfuração de petróleo e gás administradas pelo maior produtor de energia. Policiais prenderam os quatro no norte da Noruega em um carro com placas russas na quinta-feira passada e um dia depois os colocaram sob custódia por uma semana, disse a polícia regional em comunicado. Os quatro, com quase 20 anos, chegaram à Noruega vindos da Finlândia no final de setembro ou início de outubro. Eles foram presos com uma quantidade “substancial” de fotos, mas negaram qualquer irregularidade e alegaram que eram apenas turistas. A Noruega, assim como o Reino Unido, que enviou uma Fragata e um submarino, também reforçou a segurança em suas plataformas offshore de perfuração de petróleo e gás no Mar do Norte após os avistamentos de drones e as explosões do gasoduto. O país escandinavo ultrapassou a Rússia como principal fornecedor de gás natural para a Europa Ocidental depois que a invasão levou a um corte nas importações de energia de Moscou.

Veja abaixo as imagens submarinas: