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NAVIUM BUSCA PARCEIROS INTERNACIONAIS PARA INVESTIMENTOS EM ENGENHARIA MARÍTIMA NO BRASIL

Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –

naviumUma maior estabilidade nas gestões públicas e mais planejamento para a concretização de projetos no setor brasileiro de óleo e gás. Esses são fatores centrais à atração de investimento estrangeiro no atual momento da indústria no Brasil, segundo o presidente da Navium, Mario dos Santos, que vai à SPE Offshore Europe 2015, em Aberdeen, na Escócia, em busca de novos parceiros para empreendimentos no setor de engenharia marítima. O objetivo é firmar negócios realistas e coerentes com o atual cenário, dando maior foco às áreas de navegação e manutenção, para conseguir novas cooperações tecnológicas com empresas presentes na feira, que tem início na próxima semana. Afetada pelas menores demandas no momento de recessão do mercado, a Navium enxerga com boas expectativas o interesse dos investidores. Segundo ele, o Brasil apresenta hoje um razoável desenvolvimento na área de águas profundas e ultraprofundas, o que pode favorecer novos aportes no país. É necessário planejamento para fechar negócios com companhias estrangeiras, explica Mario, que ressalta a importância das mudanças de governança no Brasil e não quer que se repitam os erros cometidos ao longo dos últimos anos, com a atração oportunista de investidores para o mercado nacional. “Houve imediatismo com o anúncio do pré-sal, e não deve ser assim: você precisa de um tempo grande para desenvolver engenharia, tecnologia, e uma série de fatores para resolver a questão logística, que é complexa.”

Qual será o foco da Navium na feira de Aberdeen?

O nosso foco é a busca de parcerias com empresas interessadas em operar no Brasil na área de subsea. Vamos procurar também nas áreas de navegação e manutenção, que eu vejo como interessante no momento. Os equipamentos instalados no mercado precisam fazer revisões, tanto em plataformas como em outras unidades, que têm prazo para manutenção.

Quais as expectativas para novas parcerias na feira?

Sempre são positivas, mas dentro da consciência de que temos que trabalhar dentro de um planejamento adequado. Estamos aguardando saber quem está interessado em fazer um trabalho mais planejado. Nada de oportunismos, como os que aconteceram nos últimos anos. Houve imediatismo com o anúncio do pré-sal, e não deve ser assim: você precisa de um tempo grande para desenvolver engenharia, tecnologia, e uma série de fatores para resolver a questão logística, que é complexa.

Como tem se portado o investidor estrangeiro?

As empresas internacionais têm sempre interesse em investigar o que acontece nos países em que elas operam. O Brasil tem uma engenharia com razoável desenvolvimento, principalmente na área de águas ultraprofundas. Esse interesse não morreu, mas estamos ainda tratando da área de investimentos em novas tecnologias. O interesse continua devido a essa característica que o país assumiu em termos de desenvolvimento em águas profundas e ultraprofundas.

Como a crise tem afetado a empresa?

Nós notamos uma redução na demanda e recebemos apenas uma oportunidade de instalação no ano passado, que foi o FPSO Cidade de Mangaratiba, mas estamos na expectativa de mais dois FPSOs para ocorrerem em 2016. A consequência é o que toda empresa faz: ela encolhe, dispensa funcionários e vende ativos, para manter o caixa e deixar a porta aberta. Nós temos também uma área de transporte de passageiros, que caiu muito. Paramos todas as embarcações por conta do mercado e da competição predatória. A verdade é que você tem que vender para pagar o mínimo e manter a luz acesa.

Quais são hoje os principais projetos da Navium?

Nós continuamos com alguns produtos que desenvolvemos, como equipamentos para a desconexão de linhas de ancoragem, que são usados para mover plataformas localizadas em áreas de risco. Isso é importante para o Golfo do México, no caso de furacões, e para o Mar do Norte, onde se tem problemas com icebergs, então é possível que se interessem por isso em Aberdeen. Temos outros projetos que são mais específicos do nosso mercado, e que estão ainda em negociação sigilosa com empresas estrangeiras.

Como a empresa enxerga a 13ª Rodada?

Eu vejo a 13ª Rodada como uma incógnita. O leilão recente de energia elétrica não foi bem sucedido, e a rodada de petróleo no México também não. Com a queda no preço do petróleo, as empresas relativizam seus investimentos. Mas isso é parte de um jogo: as empresas têm custo, mas têm planejamento a longo prazo. Os projetos nesse setor não são de dois anos, mas de longa maturação. Você tem que respeitar o tempo da engenharia. Se não respeitar, como aconteceu no Brasil, você tem os resultados lamentáveis que nós estamos tendo.

Qual a perspectiva de melhora no cenário?

Hoje se tem uma situação em que o mercado de petróleo está realmente em baixa, e o Brasil está passando por um processo de renovação na forma de tratar a questão pública. Isso é importante, temos que passar credibilidade, mostrar que vamos cumprir contratos e manter as regras do jogo. Todas as empresas estão observando isso, vendo as mudanças de forma positiva e querendo ver quando efetivamente isso vai acontecer. Quando isso estiver consolidado, as empresas estrangeiras vão se sentir firmes para fazer novamente uma investida no Brasil.

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