ABENGOA TEM RECUPERAÇÃO JUDICIAL APROVADA NA JUSTIÇA E BUSCA RENEGOCIAR DÍVIDAS

Após os impactos da crise e a paralisação de investimentos, uma nova etapa de reestruturação traz sinais positivos para o setor energético. A Abengoa teve seu pedido de recuperação judicial deferido nesta semana na Justiça, e agora deverá dar início à renegociação de suas dívidas, que somam mais de R$ 3,1 bilhões na indústria e vinham pesando sobre o andamento de projetos em diversas áreas da cadeia nacional. Com a aprovação emitida pela 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, após pedido feito no final de janeiro, a companhia espanhola passará a contar com a consultoria K2 para administrar suas operações ao longo dos próximos meses, o que pode destravar novos investimentos em projetos do setor de energia.

O projeto de recuperação vinha sendo negociado com credores nas últimas semanas, com o objetivo de escapar de uma possível falência. A companhia havia iniciado um processo preliminar para a reestruturação no ano passado, quando as instituições financeiras se recusaram a prorrogar financiamentos. Pela proposta, os credores emprestariam até € 1,8 bilhão ao longo de cinco anos, o que daria a eles uma participação de 55% na empresa reestruturada. Além disso, cerco de 70% das dívidas acumuladas seriam convertidas em capital.

O pedido de recuperação inclui três empresas do grupo no Brasil: a Abengoa Construção Brasil, Abengoa Concessões Brasil Holding e Abengoa Greenfield Brasil Holding. A medida veio como resultado do agravamento da crise na companhia, que em meados do ano passado pediu proteção contra suas dívidas na Espanha. Com a redução de investimentos, a empresa paralisou todas as obras no mercado brasileira, sendo as principais voltadas para a transmissão energética, o que piorou o cenário do setor nos últimos meses.