A FRANÇA VAI NACIONALIZAR A EMPRESA EDF E AFASTAR SEU CEO JEAN-BERNARD LÉVY A PARTIR DE MARÇO
A França vai nacionalizar a empresa EDF ao comprar 16% do poder privado da empresa. O Estado francês é controlador de 84% da companhia de energia. O governo também vai trocar o CEO da EDF, Jean-Bernard Lévy. O presidente francês reeleito Emmanuel Macron já havia sugerido no início deste ano a renacionalização da EDF, bem como uma grande expansão da energia nuclear nas próximas décadas, com seis novos reatores planejados, mais oito considerados, bem como o desenvolvimento de pequenos reatores modulares. A primeira-ministra Elisabeth Borne disse à câmara baixa do Parlamento da França que confirmava “que o Estado pretende controlar 100% do capital da EDF”. Em resposta ao anúncio, um comunicado da EDF disse: “o conselho de administração tomou nota da intenção do Estado de deter 100% do capital da EDF e dará todo o seu apoio para tal, nos termos adotados pelo Estado e no interesse de todas as partes envolvidas”.
Foi um ano difícil para a EDF, com sua produção nuclear caindo como resultado da descoberta de “corrosão de tensão inesperada”, o que levou à necessidade de realizar verificações em grande parte de sua frota francesa. O custo da produção de energia nuclear abaixo do esperado foi estimado pela EDF em US$ 11,2 bilhões. Em fevereiro, foi lançada uma emissão de direitos de 2,5 bilhões de euros para ajudar suas finanças após o impacto combinado de uma produção mais baixa, bem como a estimativa de custo de US$ 10 bilhões de euros das medidas impostas pelo presidente Macron para limitar as contas de energia.
No seu comunicado, a EDF disse que Lévy terá de se afastar até 18 de março de 2023 por causa do limite de idade estabelecido nos estatutos da empresa, e a escolha do sucessor ficará sujeita a uma proposta do conselho de administração ao Estado. O comunicado acrescentou: “o conselho de administração renovou sua confiança em Jean-Bernard Lévy, que confirmou que desempenhará suas funções até a nomeação de seu sucessor”.
Curioso esse Liberalismo Tupiniquim, onde o capital estatal de um país desenvolvido adquire empresas de um país em desenvolvimento. Será também o caso da Eletrobras?