A MINERADORA FRANCESA IMERYS AINDA NÃO SABE O QUE PROVOCOU A EXPLOSÃO E INCÊNDIO EM DEPÓSITO QUÍMICO EM BARCARENA, NO PARÁ
Ainda não se sabe as causas do forte incêndio que destruiu o galpão da mineradora multinacional francesa Imerys, em Bacarena, no Pará. Primeiro houve uma explosão, depois um grande incêndio no depósito de produtos químicos da mineradora no bairro Vila do Conde. Nessa unidade da empresa estaria armazenado hidrossulfito de sódio, um produto químico de coloração branca acinzentada com um cheiro característico de dióxido de enxofre. Uma fumaça branca com esse odor tomou conta da cidade na madrugada de terça-feira (7), como registraram os moradores em vídeos divulgados nas redes sociais. De acordo com nota divulgada pela Prefeitura de Barcarena, uma equipe do Samu e duas ambulâncias foram deslocadas para a região. Foram realizados cerca de 50 atendimentos, com sintomas leves a moderados, de desconforto respiratório. Ainda de acordo com a gestão municipal, a Secretaria de Meio Ambiente de Barcarena notificou a Imerys para que apresente a Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), o plano de contingência da empresa e o laudo da qualidade do ar.
O governador do Pará, Helder Barbalho, disse estar em contato com a Prefeitura de Barcarena para oferecer ajuda e “tomar as devidas providências”. Uma diligência com deputados estaduais do Pará, acompanhados de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil e de movimentos sociais será feita no local amanhã (9). O objetivo da visita da comissão é avaliar a extensão dos impactos do acidente para a população e o meio ambiente, bem como indicar medidas necessárias de proteção e assistência às pessoas impactadas. Até agora a empresa francesa Imeyers não respondeu ou emitiu qualquer comunicado sobre o problema. A Imerys faz extração e beneficiamento dos minérios de carbonatos de cálcio, caulim e perlita. Presente no Brasil desde 1996, a multinacional francesa está nos estados do Pará, São Paulo e Espírito Santo.
A localização em Barcarena é estratégica para a exportação de minérios já que ali foi construído o Porto de Vila do Conde, o maior do Pará. Este é o décimo acidente envolvendo a Imerys nos últimos 25 anos. Em junho de 2007 houve um vazamento de mais de 200 mil metros cúbicos de caulim. O produto atingiu a bacia do Rio das Cobras, as praias e poços artesianos de moradores da Vila do Conde. Além disso, o risco de rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora obrigou, segundo relatório da Fiocruz, que 73 pessoas fossem retiradas de suas casas. Em março de 2008, novo vazamento da bacia de rejeitos agravou a contaminação das águas da região. Os rejeitos da mineração de caulim contêm alta concentração de metais como ferro, alumínio, zinco e cádmio.
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