A SAUDI ARAMCO SOFRE QUEDA NAS VENDAS E DIMINUIU EM 30% O PAGAMENTO DE IMPOSTOS PARA A ARÁBIA SAUDITA
A gigante do petróleo saudita Aramco registrou uma queda de 30% nos pagamentos de impostos ao Estado da Arábia Saudita, enquanto o país luta com as pressões da pandemia do coronavírus e os preços do petróleo. Apesar das perdas acentuadas da Aramco, a empresa conseguiu manter sua promessa de dividendos aos acionistas assumindo uma dívida cada vez maior. A petroleira, maior contribuinte do reino, transferiu US$ 110 bilhões para o governo em 2020. No ano anterior, esse valor foi de quase US$ 159 bilhões. O orçamento de 2021 do reino planeja gastar US$ 263 bilhões, mostrando a importância dos pagamentos da Aramco aos cofres do Estado. Os números públicos da empresa estatal oferecem uma visão importante sobre a saúde financeira do reino, que depende do setor de energia para 80% de suas exportações e dois terços de suas receitas financeiras. Isso apesar dos esforços ambiciosos do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman para diversificar a economia do petróleo.
A empresa manteve sua promessa de pagar US$ 75 bilhões em dividendos no ano. Ainda assim, o declínio veio quando seus royalties e impostos sobre a renda caíram mais da metade. Quase todo o dinheiro dos dividendos vai para o governo saudita, que possui mais de 98% da empresa. A Aramco anunciou que seus lucros caíram cerca de 44% em 2020, alcançando a marca de para US$ 49 bilhões, em meio à turbulência nos mercados globais de energia desencadeada pela pandemia do coronavírus. Como bloqueios induzidos por vírus cortaram a demanda de petróleo, o preço do petróleo Brent, referência internacional, despencou para mínimos históricos em abril do ano passado. Apesar das perdas acentuadas da Aramco, a empresa conseguiu manter sua promessa de dividendos aos acionistas assumindo uma dívida cada vez maior. O índice de dívida líquida sobre patrimônio líquido da Aramco mais que dobrou – de 26% em 2019 para 55% em 2020.
A empresa saudita de gestão de ativos Jadwa Investment informou que o déficit fiscal do reino atingiu US$ 79 bilhões em 2020, ou 12% do produto interno bruto, superando de longe as estimativas anteriores. O déficit orçamentário tem aumentado a cada ano desde que os preços do petróleo caíram em 2014, levando o governo a tomar empréstimos pesados e acelerar seu afastamento da generosidade do petróleo. O reino cortou alguns subsídios, triplicou o imposto sobre o valor agregado para 15% e acelerou sua busca por receitas não petrolíferas.
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