ACORDO ENTRE PETROBRÁS E SETE BRASIL PODE SER ASSINADO NO PRÓXIMO MÊS E GERA EXPECTATIVAS PARA O SETOR DE ÓLEO E GÁS

Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –

Paulo AlonsoA indústria de óleo e gás passa hoje por um momento de incertezas, mas poderá voltar a viver novos avanços em breve. A assinatura de um acordo entre a Petrobrás, a Sete Brasil e bancos envolvidos na recuperação da empresa deve fazer com que o setor aos poucos retome seu crescimento, e poderá ser concretizada no próximo mês, afirmou o assessor da Presidência para conteúdo local da estatal, Paulo Alonso, em seminário realizado nesta quarta-feira (12) na Marintec South America – Navalshore. Com a liberação da Sete para obter novos financiamentos, a companhia poderá quitar dívidas com estaleiros, em processo que gradualmente levaria a uma maior movimentação de demandas e operações no segmento. A conclusão do acordo e a recuperação da empresa geram grandes expectativas para a indústria naval no país, e poderão trazer novos horizontes em um momento de retração.

Em sua apresentação, Alonso ressaltou que se tratam de questões conjunturais e complexas. A perspectiva é otimista, no entanto, quando se trata do acordo que, em suas palavras, “coloca a locomotiva de novo na sua melhor marcha”, e que pode vir a ser assinado em meados de setembro. Embora hoje a crise continue a fazer vítimas e a se desdobrar em prejúizos a empresas e trabalhadores, as expectativas a longo prazo se mantém positivas aos olhos das diversas autoridades do setor que debateram, no evento, o atual cenário e as dificuldades vividas em meio a uma recessão.

O assessor da Petrobrás apontou mudanças para os próximos anos, e ratificou as perspectivas hoje apresentadas pela companhia com o novo plano de negócios. O foco da estatal continuará a ser pautado em duas frentes: a financeira, com a redução de seu largo endividamento, e a técnica, com o investimento voltado à indústria naval. Nos próximos anos, enfatizou Alonso, o modelo de contratação da Petrobrás será de afretamento, o que exigirá que os estaleiros estejam “preparados, competitivos, com estrutura para responder a isso”. Segundo ele, entre 2020 e 2030 a companhia deverá praticar um investimento anual de 2 a 3 FPSOs, além de entradas em licitações e leilões.

Além do assessor, fizeram apresentações também o diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Enseada, Humberto Rangel, a Especialista em Regulação na Coordenadoria de Conteúdo Local da ANP, Catarina Scherer, o coordenador da Secretaria do Desenvolvimento da Produção, João Luis Rossi, e o presidente-executivo da ABENAV, Sergio Bacci. O cenário de crise foi analisado por diversos pontos de vista da indústria, e debateram-se as visões sobre os futuros desdobramentos do setor. “É a primeira vez que vejo uma crise naval onde se tem dinheiro e tem demanda”, afirmou Bacci, ao abrir a sessão de palestras.

Representando a Enseada Indústria Naval no seminário, Humberto Rangel avaliou os efeitos negativos do momento por que passa hoje o setor e apontou possíveis medidas de melhoria. As soluções para o cenário de recessão devem começar a ser tomadas já, segundo o executivo, que apontou para uma postura de inércia vista hoje frente aos problemas econômicos e aos desdobramentos da Operação Lava-Jato. “Se for esperar que o jato passe, o jato levou tudo”, comentou Rangel. Em relação a tomada de novas medidas, ele defendeu a criação de uma agenda mínima da indústria, contendo recomendações propostas por todas as categorias do segmento naval.

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