AGÊNCIA DE ENERGIA ATÔMICA PASSA A SE PREOCUPAR TAMBÉM COM ATIVIDADES NUCLEARES DA COREIA DO NORTE

Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, durante entrevista coletiva em Viena 07/06/2021 REUTERS/Leonhard Foeger

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não está tendo dor de cabeça só o problema do enriquecimento do Urânio a 60% do Irã, bem acima do acordo internacional. A Coreia do Norte também é outra pedra no sapato do Diretor Geral da agência, Rafael Grossi (foto). A entidade vê indícios de possíveis trabalhos de reprocessamento para separar plutônio do combustível usado em reatores da Coreia do Norte, que poderia ser utilizado em armas nucleares. A AIEA não tem acesso as instalações norte-coreanas desde que Pyongyang expulsou seus inspetores, em 2009. O país asiático então avançou com seu programa de armas nucleares e logo retomou os testes nucleares. Sua última detonação nuclear foi em 2017. A agência agora monitora à distância as atividades da Coreia do Norte em locais que incluem o principal complexo nuclear de Yongbyon, usando principalmente imagens de satélite.

Em uma atualização trimestral de uma reunião do Conselho de Governadores dos 35 países de sua agência, Rafael Grossi disse que desde sua última reunião, onde ele alertou sobre um possível sinal de operação, continua a sair vapor de uma usina que servia a um laboratório de reprocessamento em Pyongyang:  “A usina a vapor que atende o Laboratório de Radioquímica continua operando desde minha última declaração ao Conselho, em março. A duração dessa operação é compatível com o tempo necessário para uma campanha de reprocessamento no Laboratório de Radioquímica. No entanto, não é possível confirmar que o reprocessamento está ocorrendo.”

Nos últimos três meses, não houve sinais de operações no principal reator de 5 megawatts, em Yongbyon, que se acredita ter produzido plutônio para armas. A AIEA já disse anteriormente que o reator provavelmente está desligado desde dezembro de 2018. Também não houve sinais de que uma instalação de Yongbyon considerada uma fábrica de enriquecimento de plutônio estivesse em operação. Os trabalhos de construção interna de um reator experimental de água leve naquele local pareciam continuar.

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