APÓS FALAS DE BOLSONARO, SILVA E LUNA DEFENDE LUCRO DA PETROBRÁS E DIZ QUE EMPRESA CONTRIBUI COM IMPOSTOS E DIVIDENDOS
A tradicional entrevista coletiva da Petrobrás para detalhar os seus resultados financeiros foi dedicada, em uma boa parte, às repercussões de falas recentes de Jair Bolsonaro sobre a empresa e a política de preços de combustíveis. Sem citar nominalmente o Presidente da República, a diretoria executiva da petroleira defendeu, hoje (29), que a empresa atua dentro da lei e contribui com a sociedade por meio de pagamento de impostos e dividendos. O presidente da Petrobrás, Joaquim Silva e Luna, disse ainda que cabe à União empregar os recursos repassados pela companhia em proveito das políticas públicas.
“Existem no Brasil leis que estabelecem como a Petrobrás deve atuar. Essa foi uma atuação do legislador e não da Petrobrás. Como gestores públicos, não podemos atuar fora da lei”, disse Silva e Luna. “Atualmente, as maiores contribuições que a empresa pode dar à sociedade são pagamento de tributos e dividendos. Temos feito isso. Devolvemos o lucro da empresa à sociedade, seja acionista ou não, por meio de dividendos. O acionista majoritário recebe a maior parte e decide como bem empregar esses recursos em proveito de políticas públicas”, completou.
Para lembrar, durante sua live semanal, ontem (28), o presidente Jair Bolsonaro disse que a Petrobrás “tem que ser uma empresa que dê um lucro não muito alto, como tem dado”. Além disso, Bolsonaro voltou a falar que pediu ao Ministro Paulo Guedes, da Economia, para colocar a petroleira no que chamou de “radar da privatização”.
“O que acontece: eu não aumento [os preços dos combustíveis]. A Petrobrás é obrigada a aumentar o preço, porque ela tem que seguir a legislação, e nós estamos tentando buscar maneiras de mudar a lei nesse sentido. Porque não é justo, você vive em um país que paga tudo em real, um país que é praticamente autossuficiente em petróleo, e tem o preço de seu combustível atrelado ao dólar. Realmente ninguém entende isso”, reclamou Bolsonaro.
O presidente da Petrobrás, por sua vez, declarou hoje que a empresa está sensível às questões sociais, principalmente em relação às famílias mais carentes. Ele disse que a empresa “sofre” quando precisa anunciar um reajuste. “Só fazemos isso no limite da necessidade para evitar o desabastecimento, já que temos uma grande importação de derivados do petróleo”, afirmou. “Não podemos fazer políticas públicas. Temos responsabilidade social sim, somos sensíveis sim. Mas temos que cumprir a lei, dentro da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e com eficiência. A eficiência se traduz no lucro que a empresa tem entregue à sociedade”, completou Silva e Luna.
O diretor executivo financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobrás, Rodrigo Araújo, justificou os altos lucros da empresa alegando os preços mais altos da commodities. Como noticiamos ontem, a estatal reportou um lucro líquido de R$ 31,1 bilhões no terceiro trimestre.
“A Petrobrás não gera resultados simplesmente para fazer retenção. Muito pelo contrário. Estamos distribuindo e distribuiremos cada vez mais nossos resultados na forma de dividendos”, explicou. “Nós prevemos no ano de 2021 contribuir com algo da ordem de R$ 180 bilhões entre tributos. E obviamente também com uma carteira relevante de responsabilidade social”, finalizou.
Desabastecimento? Só ocorreria sem a disponibilidade internacional, que não é o caso. Não vejo qualquer dificuldade na Petrobras praticar um preço X e as importadoras, um preço Y e a demanda ser atendida por um preço composto por esses dois valores, proporcionalmente ao volume da sua participação.
Quem está te alienando? Vai ler notícia séria, não as mortadela news que você se desinforma..