AUMENTO DO CONSUMO DE ENERGIA POR 11 MESES CONSECUTIVOS MOSTRA SINAIS DE RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA

Torres e LinhasOutro bom sinal da recuperação da economia brasileira vem do Boletim Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia (CCEE) que aponta o consumo de energia elétrica no Brasil em alta há 11 meses consecutivos. Este aumento segue se recuperando do recuo provocado pela pandemia de COVID-19 ao longo de 2020. Depois da alta de 13% em maio, a Câmara registrou um aumento de 6,8% na primeira quinzena de junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já foram consumidos 60.958 megawatts médios.

A avaliação da Câmara é de que o aumento contínuo reflete a adaptação de setores da economia para operarem durante a pandemia. Mais uma vez, o avanço no consumo foi influenciado pela demanda do mercado livre, onde consumidores de alta tensão, como a indústria, empresas de grande e médio porte e shoppings compram energia. Nesse segmento, o crescimento foi de 20,4%. Já no mercado regulado, onde estão as pequenas e médias empresas, o comércio e os consumidores residenciais, a demanda por energia cresceu 0,7%. Desconsiderando a migração de cargas entre esses dois ambientes nos últimos 12 meses, o mercado regulado teria crescido 3,0% e o ambiente livre 15,3%.

Na análise regional, quase todos os estados encerraram as duas primeiras semanas de junho com alta, com destaque para o Ceará (20%), Espírito Santo (15%), Rio Grande do Norte (15%), Minas Gerais (11%), Pará (11%) e São Paulo (10%). Os estados que registraram queda foram Goiás (-4%), Rio grande do Sul (-2%) e Mato Grosso do Sul (-1%). Ao avaliar o consumo nos 15 ramos de atividade econômica monitorados pela CCEE, mesmo excluindo as novas cargas dos últimos 12 meses, quase todos os setores registraram alta na primeira quinzena de junho, também em relação ao mesmo período do ano passado. Destaque para a indústria têxtil (62,4%), fabricação de veículos (45,0%), setor de serviços (27,7%), extração de minerais metálicos (21,8%) e metalurgia e produtos de metal (18,9%).

Acompanhando o consumo, a geração cresceu 7,3% nos quinze primeiros dias desse mês, na comparação com o mesmo período de 2020. O aumento se explica pela base de comparação mais reduzida de 2020, quando tanto a produção quanto o consumo de energia foram impactados pela pandemia. Ao analisar a geração por fonte, no período houve crescimento de 56,1% (16.418 MW Med) das térmicas, 34,0% (7.933 MW Med) nos parques eólicos e 13,8% (783 MW Med) nas usinas solares. As hidrelétricas produziram 39.058 MW Med, volume 8,6% menor que o mesmo período do ano passado – a redução é considerada comum nesta época, por causa do período seco.

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