BERTIN DEFINE PLANEJAMENTO PARA SAIR DA CRISE COM USINAS TERMOELÉTRICAS

Com participação em 28 usinas no país, o grupo paulista Bertin definiu novas medidas para sair da crise e, consequentemente, do setor de geração termoelétrica. O planejamento inclui a venda de um pacote de ativos ao grupo Bolognesi, em parceria com investidores, e a devolução de concessões ao governo.

O plano já aguarda aprovação da Aneel. Será a despedida do grupo no setor de geração desse tipo. De acordo com as definições propostas, o Bertin ficaria como acionista majoritário da Nova Cibe, com 51%, e como minoritário, na condição de investidor, da Nova Aratu, com 49%, em um parque de oito térmicas na Bahia.

A intenção inicial da Bertin Energia (BE) era levantar 31 térmicas. Sem condições de manter os investimentos orçados em mais de R$ 10 bilhões, a empresa teve que apelar para a desmontagem. Após aportes de R$ 300 milhões, o título de controlador vai para o Bolognesi, que ainda levará a térmica Suape IIB, cujo projeto está parado.

Se o planejamento entrar em ação, o grupo acertaria a situação de 21 usinas que não funcionam plenamente. Elas estão cheias de problemas como atrasos, multas e dívidas. Foi mais de R$ 1 bilhão em dívidas vencidas que colocaram a BE na rota de inadimplência. Mesmo após ter vencido leilões de energia A-3 e A-5 em 2008, a empresa possui usinas de 3,3 mil MW que não saíram do papel. Sem contar com outras de 1,4 mil MW em construção, porém atrasadas.

As expectativas de operação estão voltadas para as usinas da Nova Aratu, de 1,6 mil MW, com 93% das obras civis prontas. Caso a Aneel aprove o plano do Bertin, o parque poderia ter 100% em operação até agosto de 2013, com três delas prontas  em janeiro.

O grupo Bolognesi ficaria com um empreendimento de oito usinas, sendo  seis de Aratu II e duas de Suape. O investimento total nesse parque é de R$ 3 bilhões. Mas o aporte de R$ 300 milhões do novo sócio pode equilibrar a situação do projeto, ficando apto a receber financiamentos para o restante.

De acordo com Ricardo Knoepfelmacher (foto), da Angra Paterns, consultoria contratada para resolver os problemas da BE, a Nova Aratu teria receita garantida por 15 anos e uma geração de caixa anual da ordem de R$ 600 milhões. O maior dos riscos aconteceria caso  a Aneel demorasse muito para tomar uma decisão ou não aprovar.

A consultoria tem um plano b. Neste, consta a devolução de 12 projetos de térmicas a óleo e a gás à Aneel, cuja energia foi vendida nos leilões A-3 e A-5.

Enquanto Nova Venecia, no Espírito Santo, está na fase de conversas iniciais, as usinas de Arembepe e Muricy, em Camaçari, Bahia, ficarão com a sócia Petrobrás. A estatal já fez aportes de capital que chegam a 300 MW. Resta resolver pendências societárias e judiciais. Até agora, o grupo Bertin tem apenas 600 MW em operação e outros 400 MW em construção, com obras em dia.

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