BIOENERGY ENTRA COM PEDIDO DE REVOGAÇÃO AMIGÁVEL JUNTO À ANEEL DE 19 PROJETOS EÓLICOS

Sérgio Marques BioenergyProjetos eólicos da Bioenergy no Maranhão e no Rio Grande do Norte podem não sair do papel. Este é o desejo da empresa, que entrou com pedidos na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para revogação amigável das autorizações para implantação de 19 usinas nos estados. Os projetos, somados, chegavam a 547 MW, mas a empresa alega estar com problemas financeiros e em meio a uma disputa judicial.

Algumas autorizações, que totalizam 114 MW, são de empreendimentos que comercializaram energia em leilões regulados realizados entre 2010 e 2012, o que reduz a oferta para os próximos anos. Outros projetos deveriam entrar em operação nos anos de 2013, 2014, 2016 e 2017, mas as obras nem sequer começaram a ser iniciadas.

O presidente da Bioenergy, Sérgio Marques, afirmou em entrevista à Reuters que as multas por atraso já superaram a rentabilidade dos projetos, o que os torna inviáveis. Além disso, em nota enviada à Aneel, segundo a agência de notícias britânica, a Bioenergy afirmou que não foi possível obter financiamento devido à insegurança causada por uma briga judicial com a estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Uma sucessão de problemas fez com que os projetos da Bioenergy não saíssem do papel. Ainda em 2011, a companhia participou do leilão de energia A-5 por meio de um mandado de segurança, que acabou sendo suspenso em 2013. Acontece que o terreno onde os empreendimentos seriam construídos é alvo de uma disputa com o grupo português de energia Martifer, que alega haver sobreposição entre as áreas de projetos das duas empresas. Um aporte junto ao BNDESPar também não foi bem sucedido, frustrando os planos da companhia.

Já procurando por alternativas, a companhia vendeu duas usinas que tinha já em operação, mas o valor do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) fez com que as penalidades pelo atraso das eólicas, que deveriam entrar em 2013 e 2014, afundassem de vez os projetos.  Pelas regras do setor, usinas em atraso precisam comprar energia no mercado para cumprir com as obrigações contratuais.

A Bioenergy planejava investir R$ 6 bilhões nos projetos e já tinha um acordo preliminar com a GE para o fornecimento de 377 turbinas, no valor de R$ 1,6 bilhão. Agora, a companhia busca um acordo com a Aneel. Segundo o presidente da companhia, quatro liminares favoráveis à Bioenergy já foram obtidas.

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