BNDES DEVE APROVAR NA PRÓXIMA SEMANA EMPRÉSTIMO PARA A SETE BRASIL

Os dois anos de atraso na liberação de um empréstimo pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a Sete Brasil Participações já está deixando a empresa em uma situação delicada. No entanto, já na próxima semana o banco estatal deve liberar a primeira parcela de R$ 3,5 bilhões.

Nas últimas semanas, a situação se agravou com a suspensão dos pagamentos no fim de novembro, levando a centenas de demissões por parte das empresas contratadas para a construção dos navios-sonda. A parcela que será paga na próxima semana se refere somente a cinco de oito sondas que terão uma linha de crédito: Arpoador, Copacabana, Grumari, Guarapari e Camburi, que têm seus termos dos contratos mais adiantados.

O navio-sonda Odina e as semissubmersíveis Urca e Frade deverão ter seus contratos formalizados somente em fevereiro. O navio-sonda Cassino também estava programado para estar incluído neste primeiro lote de financiamento, mas acabou sendo excluído.

A Sete Brasil tem 29 sondas em construção, sendo 28 afretadas à Petrobrás. Cinco estaleiros contratados pela empresa não recebem desde novembro (EAS, Jurong, Enseada Indústria Naval, Brasfels e Ecovix). O não pagamento por parte da Sete Brasil levou o Enseada Indústria Naval, o EAS e a Ecovix a demitirem mais de mil funcionários.

Inicialmente, o governo havia vinculado a liberação do empréstimo à divulgação dos termos do acordo de delação premiada na operação Lava-Jato de Pedro Barusco, ex-diretor da Sete Brasil que confessou participação no esquema de corrupção na Petrobrás. Entretanto, a delicada situação financeira do grupo acabou por fazer com que o governo optasse por acelerar o processo de negociação.

Quando confirmado o repasse da primeria parcela do empréstimo do BNDES à Sete Brasil, o Banco do Brasil deve aprovar um outro empréstimo para a empresa, no valor de R$ 800 milhões, para ajudar em questões mais imediatas, como fluxo de caixa, por exemplo.