BOLSONARO COBRA AGILIDADE PARA NOVO PRESIDENTE DA PETROBRÁS TIRAR QUEM DIFICULTA AS DECISÕES NA COMPANHIA

caio-paes-andradeSe Caio Paes de Andrade não apertar o passo, poderá ser trocado da presidência. Ele chegou a dizer que não foi para a Petrobrás trocar a diretoria, mas seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro, disse hoje (13) que mudará quantas vezes julgar necessário a presidência da Petrobrás caso suas escolhas não sejam respeitadas e suas orientações cumpridas. E aproveitou para cobrar mais agilidade para a substituição de indicados pelo governo no conselho de administração da estatal e quem mais estiver atrapalhando o desempenho da estatal. Indicado no mês passado, Caio Mario Paes de Andrade é o quarto a assumir a empresa no atual governo. Todas as mudanças ocorreram em meio a ciclos de alta de preços dos combustíveis. O barril do petróleo está caindo, mas isso ainda não se refletiu nos preços do combustível até agora. Quem chega lá, parece que ouve o canto da sereia e logo é tragado pela turma profissional em Petrobrás, que dá uma boiada para não largar o osso. Como José Mauro Coelho, Caio entrou num ninho de cobras sem soro antiofídico. Tem que abrir o olho. O elo de maior poder dentro da companhia, aquele que faz o que quer, o calcanhar de Aquiles de todas as administrações, é o Departamento de Licitações, responsáveis por grandes prejuízos, pelas escolhas selecionadas e muitas vezes erradas, que nem o Compliance da companhia ousa meter o bedelho. E fica por isso mesmo. Os exemplos são muitos.

Para lembrar, só este ano, tem o HDT da Replan entregue na marra, na maior cara dura, para os japoneses da Toyo Setal, ainda na administração Joaquim Silva e Luna, em detrimento da empresa AES Union Brasil, quebolsonaro ficou em primeiro lugar depois de ter oferecido R$ 300 milhões a menos em seu preço. De nada valeu. Depois, o Heliponto da P-56, que foi paralisada pela gerencia do projeto quando faltavam apenas 5% para a Alphatec terminar a obra. Essa decisão beneficiou empresas de aluguel de rebocadores que são usados desde 2008 para segurar a plataforma no momento do pouso dos helicópteros. Cada embarcação custa US$ 30 mil dólares por dia. E agora, a cereja do bolo. Outra escolha errada para concluir a UPGN do Comperj, que foi orçada bem abaixo do preço real e ainda assim, o consórcio liderada pela chinesa Kerui levou a obra. Já passa de 1 bilhão de dólares o prejuízo. Duas mil pessoas foram demitidas sem receber seus vencimentos ou direitos trabalhistas e a obra, está parada. Quem ousa mexer com esta turma da licitação, sai chamuscada.

Na semana passada, o encontro que iniciou a checagem dos candidatos foi interrompido depois de questionamentos sobre as indicações. O novo conselho será eleito em uma assembleia-geral extraordinária de acionistas, ainda sem data. Bolsonaro voltou a criticar a margem de lucro da petroleira e a venda de ações a minoritários realizada em gestões anteriores: “Não é que a gente quer que a Petrobrás não tenha lucro. Tem que ter lucro. Mas como estamos em época de guerra, o sentimento tem que ser diferente. É sacrifício para todo mundo. Se tiver que trocar cinco presidentes, eu troco”. Bolsonaro também criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela venda de papeis a estrangeiros:  “Quem vendeu os papéis da Petrobrás lá atrás, uma parte considerável, para os minoritários, fundos de pensão, foi o Lula. Eu não entendi por que vendeu”.

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