BUSCA PELA EFICIÊNCIA E NOVOS LEILÕES DEVERÃO SER DESTAQUES DE 2017 NO SETOR DE PETRÓLEO

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

alexandreA indústria de óleo e gás brasileira sofreu como nunca em 2016, abalada por diversos fatores internos e externos, mas muitas empresas conseguiram enfrentar o cenário adverso com sucesso e a busca pela eficiência em tempos de barril barato tem sido um dos principais fatores a impulsionar esse mercado. O Petronotícias ouviu alguns líderes da cadeia de fornecimentos do setor de óleo e gás e uma das direções apontadas para 2017 é esse foco contínuo da indústria, que vem lutando fortemente para aumentar seus níveis de competitividade e produtividade.

Outro fator que está no horizonte e anima os fornecedores é a previsão de novos leilões de áreas exploratórias, já aprovados pelo Conselho Nacional de Política Energética esta semana, incluindo blocos no pré-sal. É fato para todos que as encomendas relativas a este processo ainda levarão anos para se tornar realidade, mas ainda assim esse passo é visto como um avanço do Brasil, em termos de gerar mais confiança e esperança para as empresas presentes no País.

No segundo dia da série Perspectivas 2017, o Petronotícias apresenta as visões do diretor de óleo e gás da Oxiteno, Alexandre Mesquita, do diretor de óleo e gás da Siemens no Brasil, Claudio Makarovsky, e do Gerente-geral da Omega Enginering na América Latina, Antônio José Vergara Gomes. Veja a seguir as respostas deles.

Alexandre Mesquita, Diretor de Óleo e Gás da Oxiteno.

1-  Como analisa os acontecimentos de 2016 em seu setor?

O ano de 2016 foi no mínimo desafiador para o setor de petróleo e gás. Começamos o ano com um cenário já pré-estabelecido de baixo preço do barril de petróleo, que forçou o prolongamento da retração global principalmente nas atividades de perfuração e estimulação, pressionando toda a cadeia em relação a custos. No cenário nacional, mesmo diante de muitas incertezas, a produção continuou crescendo e atingiu cifras recordes, o que nos proporcionou incremento de market share, bem como um melhor posicionamento para 2017. Vale destacar ainda que a aprovação da não obrigatoriedade da operação única no pré-sal é vista com otimismo e poderá dar novo impulso ao setor, trazendo investimentos para o país nos próximos anos. No exterior, apesar de um cenário de mercado não menos desafiador, começamos a colher resultados de ações de incursão feitas nos anos anteriores.

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

Dentro do quadro complexo que o Brasil enfrenta, entendemos que as medidas de correção necessárias têm sido, dentro do possível, adotadas, e que mais cedo ou mais tarde seus efeitos serão sentidos no setor de petróleo e gás. Estabelecido um cenário estável e mais atrativo no país, é natural que haja maior entrada de capital voltado à exploração e produção, ponto-chave para o desenvolvimento do mercado. A proposta de se determinar um calendário de leilões, com periodicidade anual, pode ser uma alternativa para atrair mais operadoras. A revisão dos impostos que incidem sobre a extração e a produção, bem como a da política de conteúdo local, pode ser uma ferramenta positiva para alavancar o setor.

3- Quais as perspectivas para 2017? Pessimistas ou otimistas?

As perspectivas são otimistas para o próximo ano. Já se observam nos últimos meses de 2016 sinais de recuperação de certas atividades, até então estagnadas. A gradual movimentação, a maior, dos preços do barril traz consigo otimismo. Esperamos que 2017 se mantenha ao menos neste mesmo patamar. Há algum tempo trabalhamos em um posicionamento mais robusto na América do Norte e estamos esperançosos de que começaremos a colher bons resultados e a assistir a uma retomada do mercado na região. Vamos acompanhar de perto as oportunidades que podem ser geradas pela abertura do mercado mexicano, os investimentos projetados para a Argentina, além das atividades na região andina. Enfim, temos expectativas de bons ventos a nosso favor.

Claudio Makarovsky

Claudio Makarovsky, Diretor de Óleo e Gás da Siemens no Brasil

Claudio Makarovsky, Diretor de Óleo e Gás da Siemens no Brasil

1- Como analisa os acontecimentos de 2016 em seu setor?

  • Baixo nível de investimentos pela redução geral na atividade econômica (demanda) e incertezas sobre o futuro.

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

  • Restabelecer a confiança da população e dos investidores no cenário político-econômico do país (através de estabilidade e previsibilidade).
  • Viabilizar o financiamento de projetos de infraestrutura de energia e mobilidade/logística.
  • Buscar a competitividade da indústria brasileira.

3- Quais as perspectivas para 2017? Pessimistas ou otimistas

  • Otimismo com cautela – os FPSOs Piloto de Libra 1, Sépia e Revitalização de Marlim precisam acontecer em 2017. Os 3 leilões também….para dar esperança e credibilidade
  • Oportunidades para soluções e modelos de negócio inovadores, continuando a tendência: mais afretamentos (Opex) do que aquisições (Capex). Mais foco no gás e em renováveis.
  • Maior participação de empresas internacionais no Brasil. Já vemos Petrobrás com farm outs e parcerias com IOCs (operadoras internacionais) – Statoil, Galp, Karoon etc – Brookflield e Ultra, devendo se estender a fornecedores chaves.
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Antônio José Vergara Gomes, Gerente-geral da Omega Enginering na América Latina

Antônio José Vergara Gomes, Gerente-geral da Omega Enginering na América Latina

1 – Como analisa os acontecimentos de 2016 em seu setor?

O setor de medição e controle de processos foi impactado por fatores econômicos e políticos, assim como todos os setores produtivos brasileiros no período de 2016.

Naturalmente, o nível de atividade e de investimento são determinantes para o desempenho de uma série de segmentos industriais, bem como para os setores primário e terciário e também para o emprego e a renda.

Nosso setor, no entanto, possui um diferencial, que é aumentar a eficiência dos parques produtivos. Por isso, muitos gestores entendem que medição e controle de processos trazem retorno rápido, ganho de produtividade e redução de custos, entre outros benefícios.

Assim, especialmente com os diferenciais da Omega Engineering, clientes mantiveram investimentos para enfrentar o ano ruim, enquanto já se preparam para uma recuperação, com níveis mais altos de eficiência.

2 – Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

É uma pergunta que não possui resposta simples. No caso da economia, o principal é a retomada da confiança do mercado, que é construída com a credibilidade do governo.

Decisões direcionadas para o equilíbrio da economia e medidas que estimulem o crescimento da produção contribuiriam, certamente, para solucionar ou atenuar tais problemas.

Quanto ao aspecto político, é mais difícil opinar. Esperamos que a normalidade das instâncias do poder executivo, legislativo e judiciário seja reestabelecida o mais prontamente possível.

3 – Quais as perspectivas para 2017? Pessimistas ou otimistas?

As perspectivas econômicas do Brasil são de retomada do crescimento, depois de dois anos de recessão e encolhimento. As previsões do mercado apontam para um aumento ao redor de 1% no PIB em 2017.

É um aumento tímido, mas aponta uma reversão de tendência e sinaliza claramente que o “pior já passou”. Em nosso caso, vemos isso com “otimismo moderado”.

Graças aos seus diferenciais, a Omega Engineering chegou e se consolidou no mercado brasileiro no auge da crise. Com a provável melhoria da economia, acreditamos em novos avanços, tanto para a empresa como para nossos clientes.

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