CADE ABRE PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA INVESTIGAR LICITAÇÕES DE ANGRA 3

As empreiteiras que venceram as licitações de montagem de Angra 3, estão sendo acusadas de formarem um cartel  e estão agora sendo investigadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que deu início nesta quinta-feira (19) a um processo contra as companhias.  As suspeitas envolvem construtoras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Empresa Brasileira de Engenharia (EBE), Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC e Techint, que  teriam firmado acordos para fixação de preços e obtenção de vantagens em uma concorrência feita pela Eletronuclear para obras de montagem eletromecânica da usina. Na verdade, todo o processo passou não só  pelas diretorias da Eletrobrás-Eletronuclear,  como foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União antes  do contrato ter os vencedores apontados.

O processo administrativo do Cade deverá investigar também 21 empregados e ex-funcionários das empreiteiras. Os dois consórcios que venceram as concorrências se uniram assim que os resultados foram homologados, com objetivo de agilizar as obras e diminuir os custos.  Com o atraso nos pagamentos da Eletronuclear às empresas, algumas foram desistindo. Apenas  a EBE é a única empresa que ainda mantem o desejo de fazer a montagem  de Angra 3.

O conselho do Cade deu início às investigações preliminares a partir do final de julho, quando funcionários da Camargo Corrêa firmaram acordo de leniência com a Superintendência Geral do órgão. Em nota, a Camargo Corrêa disse que está colaborando com as autoridades. A Odebrecht só se manifestará nos autos. A Queiroz Galvão nega qualquer envolvimento da empresa em cartéis e a EBE disse que não tem nada a esconder, que ainda não foi comunicada oficialmente das investigações e que é a única empresa a permanecer no contrato. A UTC, a Andrade Gutierrez  e a Techint não quiseram se manifestar.