CERVERÓ ACUSA CUNHA E RENAN DE PARTICIPAÇÃO EM ESQUEMA ENVOLVENDO US$ 35 MILHÕES EM PROPINAS

Eduardo Cunha e Renan CalheirosA delação do ex-diretor internacional da Petrobrás chegou num momento em que a presidente do País, Dilma Roussef, está vendo o ocaso de seu governo, com a aprovação de seu impeachment na Câmara, mas os focos principais dos primeiros trechos divulgados miram nos presidentes do Congresso Nacional, onde estão os principais algozes de Dilma. Na mira da artilharia de Cerveró estão, principalmente, os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, que são acusados de terem recebido propinas relacionadas a contratos da Petrobrás.

De acordo com o ex-diretor da estatal, os dois teriam participado de operações que renderam cerca de US$ 35 milhões em propinas, em pagamentos realizados pela Samsung, por conta da construção do navio-sonda Vitória 10.000 e do Petrobrás 10.000.

“Na primeira sonda, Petrobras 10.000, houve um acerto de propina de US$ 15 milhões e na segunda sonda, a Samsung aumentou essa propina para US$ 20 milhões, propina essa que não foi paga”, afirmou Cerveró.

O ex-diretor afirmou ainda que a participação de Eduardo Cunha se deu por meio do lobista Fernando Baiano, que ficou responsável por liberar a quantia devida pela Samsung aos envolvidos no esquema. Explicou que foi por meio dessa influência que conseguiram o pagamento da propina relativa à segunda sonda.

Já em relação a Renan, Cerveró afirmou que o presidente do Senado recebeu propinas por meio do operador Jorge Luz.

“O Jorge Luz era um operador dos muitos que agiam na Petrobrás. Eu conheci o Jorge Luz na propina que eu recebi na Argentina. Ele foi o operador que pagou os US$ 6 milhões da propina da sonda Petrobras 10.000. Foi o Jorge Luz, encarregado de pagar ao senador Renan Calheiros”, disse, antes de ser interrompido pelo juiz Sergio Moro, afirmando que o caso citado não fazia parte da ação penal que estava em discussão.

Ele reforçou também as acusações sobre o empresário José Carlos Bumlai, afirmando que um empréstimo de R$ 12 milhões, feito pelo Banco Schahin, não foi pago pelo pecuarista, reiterando que a quantia foi destinada ao Partido dos Trabalhadores (PT), como já foi relevado em outras acusações. As investigações da Lava Jato apontam que o Grupo Schahin teria sido beneficiado em um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobrás, para operar o navio-sonda Vitória 10000.

Todos os citados negaram o recebimento de propinas e a participação em esquemas ilegais.

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