DÉFICIT DE PRODUTOS QUÍMICOS NO BRASIL EM 2021 ATINGIU O RECORDE US$ 46,2 BILHÕES, DIZ ABIQUIM

CIROO abismo entre importações e exportações de produtos químicos no Brasil foi ampliado no último ano. De acordo com novos dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), divulgados hoje (24), o déficit na balança comercial de produtos químicos totalizou o recorde de US$ 46,2 bilhões em 2021. Ao todo, foram US$ 60,7 bilhões em importações e US$ 14,5 bilhões em exportações.

O déficit registrado no ano passado superou até mesmo as recentes estimativas da própria Abiquim. O valor ficou 51,8% superior ao total de 2020 (US$ 30,5 bilhões) e 44,4% maior do que o recorde anterior, registrado em 2013 (US$ 32 bilhões). O presidente-executivo da associação, Ciro Marino, disse que 2021 foi emblemático no sentido de apontar que o Brasil precisa garantir segurança jurídica ao investidor, pois só assim as oportunidades de mercado se transformarão em uma agenda de atração de capital produtivo.

O Brasil tem domínio técnico e expertise empresarial de produção de diversos itens que poderiam ter sua capacidade instalada aumentada ou voltarem a ser fabricados no País, diminuindo a dependência externa em várias cadeias produtivas”, disse Marino. “Na contramão disso, a Medida Provisória editada no último dia de 2021, extinguindo, de imediato, o Regime Especial da Indústria Química (REIQ), cria um ambiente de insuportável insegurança jurídica, uma vez que o Congresso Nacional aprovou, em meados do ano passado, a manutenção do REIQ até 2025 e, assim, ameaça mais de 85 mil empregos no País”, completou.

Na comparação com os resultados de 2020, foi registrada uma expressiva elevação, de 46,7%, no valor monetário das importações, acompanhada de importante elevação de 17,4% nas quantidades físicas adquiridas, pressionando a indústria nacional e deslocando os produtos brasileiros no próprio mercado doméstico. Ao mesmo tempo, as exportações brasileiras de produtos químicos tiveram um crescimento de 32,3% na comparação com o ano anterior, em grande medida devido ao aumento de 18,7% dos preços médios e à retomada de vendas aos países vizinhos, em especial do Mercosul.

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