DESDOBRAMENTOS DA LAVA JATO TRAZEM SETOR DE COMUNICAÇÕES PARA CENTRO DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE PROPINA NA PETROBRÁS

A Operação Lava Jato segue seu curso e descobre a cada dia novos destinos para os recursos desviados dentro da Petrobrás como forma de propina. A recente prisão do marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, levou as investigações para o setor de comunicação, com a suspeita de repasse de fundos para a editora Gráfica Atitude, dos sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e dos Bancários de São Paulo, ligados ao PT.

Polícia Federal e Ministério Público Federal estão encarregadas das investigações, que apontam contratos de publicidade servindo para ocultar propina. A editora paulista foi usada para receber R$ 2,4 milhões com origem na Petrobrás, conforme acusação do MPF. A PF já conta com contratos entre 2004 e 2015, com um valor total de R$ 676 mil, pagos através de duas agências prestadoras de serviços para a companhia.

As movimentações financeiras dos últimos cinco anos da Gráfica Atitude impressionam. Ao todo, R$ 67,7 milhõesforam movimentados, de acordo com Relatório de Inteligência Financeira, entre R$ 33,8 milhões em créditos e R$ 7,5 milhões depositados em terminais de autoatendimento.

Uma das agências responsáveis pela contratação da editora, a Heads, foi intimada dentro da Operação Lava Jato a esclarecer as razões para ter feito a “opção pela utilização dos veículos de comunicação sob a disponibilidade da Gráfica Atitude”. Em resposta, a prestadora afirmou que a escolha foi do cliente – Petrobrás – e disponibilizaram um fluxograma com as etapas do processo de compra de mídia.