DILMA ROUSSEFF GARANTE QUE VAI MANTER CONTEÚDO NACIONAL E REGIME DE PARTILHA AO LANÇAR NOVO NAVIO DA TRANSPETRO

suezmaxA declaração da presidente Dilma Rousseff nesta quinta-feira (14), em Pernambuco, parece ter colocado um ponto final sobre  a possibilidade de mudanças na política de conteúdo nacional. Em seu primeiro evento público com o novo presidente da Petrobrás, em cerimônia na cidade de Ipojuca, para inaugurar navios que serão usados pela estatal, ela foi taxativa:

“A política de conteúdo local é o centro de uma política maior de recuperação da capacidade de investimento do nosso país. A recuperação da indústria naval é a história de uma decisão política. Nós só chegamos até aqui porque rompemos uma realidade terrível criada por alguns poucos brasileiros que diziam que não tínhamos competência para construir navios de qualidade. ”

Há pouco mais de uma semana, em palestra na cidade de Houston, nos Estados Unidos, Paulo Alonso, principal assessor e conselheiro do presidente da Petrobrás, garantiu que haveria mudanças na política de conteúdo nacional, enquanto fazia convites para que empresas americanas viessem para o Brasil explorar o nosso mercado. A declaração causou perplexidade e alguma indignação no empresariado brasileiro que estava presente à OTC, maior feira de petróleo do mundo. Mas o Petronotícias apurou que ainda não havia um consenso em torno do assunto. Segundo Alonso:

 “As operadoras estão fazendo pressão. Inclusive a Petrobrás”.

A presidente disse que manterá a política de conteúdo local para as contratações da Petrobrás e o modelo de partilha na exploração do pré-sal. A decisão de não mudar o modelo de partilha vai de encontro ao que o mercado pensa, pois a Petrobrás não está capitalizada para ficar a frente de todos os campos que conquistou e que pode conquistar em novas rodadas. O próprio Ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, disse em Houston que, pessoalmente, é contra a obrigatoriedade de manter a Petrobrás como operadora de todos os campos do pré-sal e como detentora mínima de 30% das áreas no regime de partilha. Ele ressaltou, no entanto, que como ministro ele deveria defender a posição do governo.

O navio André Rebouças, da Transpetro, partiu em viagem inaugural após cerimônia no Estaleiro Atlântico Sul. A embarcação é a nona encomendada a estaleiros nacionais pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a entrar em operação. Também foi realizado o batismo de outro suezmax, o Marcílio Dias, sexto navio do Promef a entrar na fase de acabamentos. Depois de abastecer em Salvador, André Rebouças seguirá para a Bacia de Campos, onde fará a sua primeira operação de carregamento de petróleo.

O Presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, falou sobre a economia que a frota brasileira está proporcionando à empresa:

“Só com os 8 navios entregues ao longo de 4 anos, deixamos de gastar US$ 35 milhões por ano com aluguel de embarcações. Esses dois novos navios somados a outros cinco vão gerar uma economia de US$ 21 milhões só este ano, o que equivale a 60% dos custos que temos para transportar petróleo pelo mar.”

O presidente da Transpetro, Claudio Campos, falou sobre  a qualidade dos navios entregues à Companhia:

“Hoje está entrando em operação o 9º navio do Promef, programa que é fruto de uma grande parceria com o Governo Federal. A cada novo navio entregue, constato como temos melhorado a qualidade dos nossos navios e a produtividade alcançada na construção deles”.

Os navios suezmax são destinados ao transporte de óleo cru na exportação e cabotagem, com capacidade de transporte de carga de cerca de 1 milhão de barris de petróleo, o equivalente a quase metade da produção brasileira diária. No momento, há 14 navios encomendados pela Transpetro em diferentes fases de construção, sendo seis no estágio de acabamentos. Além do André Rebouças, os outros navios do Promef que já estão operando são: os suezmax Henrique Dias, Dragão do Mar, Zumbi dos Palmares e João Cândido; e os navios de produtos José Alencar, Rômulo Almeida, Sérgio Buarque de Holanda e Celso Furtado.

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IBP defende que conteúdo local seja focado em sete setores específicos | Portos & MercadosQuem sentiu na peleHelium Marques Pereira Jr. Recent comment authors
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Helium Marques Pereira Jr.
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Helium Marques Pereira Jr.

Uma indústria Naval forte e competente é fundamental para manutenção do bom nível de emprego, robustez da indústria nacional em geral, economia de divisas e a “Soberania Nacional”.
Corretíssimo manter a exigência do coeficiente de conteúdo Nacional.
Necessário reduzir ao mínimo racional o “custo Brasil”, especialmente o alto peso do Estado, a exorbitante carga tributária e o excesso de burocracia.

Quem sentiu na pele
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Quem sentiu na pele

E quem acredita neste governo e nesta presidenta mentirosa e usurpadora de sonhos dos trabalhadores honestos deste país. Ela só se preocupa em conceder beneses para seus pares e para governos ditadoriais. A Venezuela, Bolívia e Cuba que digam. Outra coisa que ela sabe fazer bem é ferrar os trabalhadores, veja o pavote de ajuste fiscal dela e como prova que também faria sua parte de sacrifício, concedeu aos RATOS do Congresso Nacional a triplificação da verba do FUNDO PARTIDÁRIO além de criar e distribuir cargos publicos para estes Sangue sugas do país.

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[…] de conteúdo local alcançados. Apesar da pressão das operadoras e do próprio IBP, a presidente Dilma Rousseff afirmou que não mexerá na política, duas semanas atrás, durante cerimônia para inaugurar navios que serão usados pela […]