DIRETOR DA AGÊNCIA DE ENERGIA ATÔMICA CHAMA FUNCIONÁRIOS DE CHERNOBYL DE HERÓIS NO DIA DO ANIVERSÁRIO DA USINA

Uma equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) liderada pelo diretor-geral Rafael Mariano Grossi está em Chernobyl para entregar os equipamentos solicitados pela Ucrânia, verificar os níveis de radiação e restaurar as salvaguardas e os sistemas de monitoramento no local. A visita ocorre 36 anos após o acidente de 1986. É a primeira missão de assistência completa da AIEA, composta por especialistas em segurança, proteção e salvaguardas, ao país desde o início do conflito militar. Para lembrar, Chernobyl foi tomada pelas forças russas em 24 de fevereiro e eles permaneceram no controle até a retirada da área no final de março.

“A missão aqui é muito simples. Há muito trabalho a ser feito após a ocupação desta fábrica. Temos trabalhado com o regulador ucraniano. Precisamos avaliar a situação e fazer alguns reparos para que possamos restaurar a conectividade que temos com Viena, para que possamos fornecer boas informações ao povo ucraniano e ao resto do mundo, e temos que planejar com antecedência”, disse Grossi. “Estou aqui com alguns colegas, especialistas em segurança nuclear da AIEA, que têm trabalhado com os especialistas em segurança ucranianos. Vamos comparar nossos números, vamos fazer um monitoramento na área. Não só aqui, mas também na zona de exclusão, a assistência vai continuar. Este é apenas o primeiro lote de equipamentos. Estamos coordenando, é claro, com as autoridades ucranianas”, acrescentou.

Rafael conheceu os funcionários da fábrica e agradeceu  pessoalmente a eles pela resiliência durante esse difícil período da Ucrânia, considerando a todos como heróis. O aniversário do acidente de 1986 em Chernobyl foi marcado por aqueles no local, com coroas de flores colocadas em memória, inclusive pela missão da AIEA. Grossi disse: “Hoje marca 36 anos desde o acidente da usina nuclear de Chernobyl, o mais grave da história da energia nuclear. Estou aqui para prestar homenagem às vítimas do acidente nuclear e a todos aqueles que trabalham incansavelmente para reconstruir e proteger este lugar”.

O CEO da empresa de energia nuclear ucraniana Energoatom, Petro Kotin, disse que, apesar das lições de Chernobyl, agora há perigos renovados da ocupação pelas forças russas da usina nuclear de Zaporozhe. A Ucrânia disse que dos 15 reatores nucleares no país, sete estão atualmente conectados à rede, com os outros oito reatores desligados para manutenção regular ou mantidos em reserva. A AIEA informou que os sistemas de segurança permaneceram operacionais nas quatro usinas nucleares do país, embora ainda não estivesse recebendo transmissão remota de dados de seus sistemas de monitoramento instalados em Chernobyl.