EMPRESAS DO ESPÍRITO SANTO BUSCAM NOVAS OPORTUNIDADES PARA ATUAÇÃO NO SETOR DE PETRÓLEO E GÁS

RUSDELON-tarjaABERDEEN – O crescimento do setor de petróleo e gás no Brasil trouxe, nos últimos anos, um grande desenvolvimento econômico para diversas regiões do país. E, embora hoje o cenário da indústria traga maiores dificuldades às empresas da área, diversas oportunidades continuam a surgir e a desenvolver novos potenciais em território brasileiro. É o caso vivido pelo estado do Espírito Santo, que detém a segunda maior produção de petróleo do país e segue ampliando sua indústria em meio à recessão. Experiente nos setores de mineração e siderurgia, a economia da região aos poucos se adapta às demandas da indústria offshore, em um processo de transição que vem sendo apoiado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo e pelo Programa de Desenvolvimento de Fornecedores, realizado pelo governo. Responsável por auxiliar essas empresas a formar parcerias no segmento offshore, o coordenador executivo do programa e CEO da RP Technologies, Rusdelon Rodrigues, veio para Aberdeen em busca de novos projetos que atraiam investimentos para o estado. Recém-criada, a RP busca inovar e atingir novos mercados junto às companhias da região, que segue recebendo aportes em empreendimentos da indústria naval. “Nosso objetivo hoje é fazer essa transição de fornecedores, e estamos buscando entender todo o contexto da indústria de óleo e gás. É uma outra dinâmica”, afirma Rodrigues.

De que forma têm sido dados incentivos aos fornecedores?

Através da Federação das Indústrias do Espírito Santo e pelo Estado, com a Secretaria de Desenvolvimento. O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores existe há mais de vinte anos, e há oito anos eu faço a coordenação executiva no projeto. Também sou empresário, mas tenho me dedicado mais a essa atividade. A RP é uma empresa nova, criada agora, que vai apoiar alguns clientes na área de desenvolvimento, especialmente para o setor de óleo e gás.

Como têm sido as pesquisas das empresas em relação a esse setor?

As empresas do Espírito Santo têm grande experiência porque foram desenvolvidas no ambiente da mais alta exigência industrial. É o caso dos fornecedores que atenderam à implantação da ArcelorMittal Tubarão, que na ocasião foi feita pela CST, uma das maiores siderúrgicas do Brasil. O Espírito Santo tem o maior polo de pelotização do mundo: são oito usinas em Tubarão e quatro em Anchieta. E agora temos outra vertente, porque desde 2006 o Estado passou a ser o segundo maior produtor de petróleo e gás do país.  Com isso, recebemos mais recentemente a indústria naval, com a chegada do estaleiro Jurong no município de Aracruz.

Qual é o papel da RP nesse cenário?

A RP neste momento vai apoiar as empresas que hoje são fornecedoras tradicionais da indústria de mineração e siderurgia, direcionando elas pro setor de petróleo e gás. É uma atividade que vamos trabalhar em duas vertentes: desenvolvimento de produtos e acesso a novos mercados. Nosso objetivo hoje é fazer essa transição de fornecedores, e estamos buscando entender todo o contexto da indústria de óleo e gás. É uma outra dinâmica.

É a primeira vez que vem para a feira de Aberdeen?

Sim, mas já estive em outras. Participei no ano passado da Stavanger, que é uma feira um pouco parecida, de foco específico, e neste ano estive na OTC, em Houston. Nós também já estivemos numa missão em Cingapura, que eu coordenei através do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores. Levamos 22 empresários nessa missão específica do Espírito Santo, e fomos recebidos no estaleiro Jurong, no início do seu projeto. São ações no sentido de deixar a indústria capixaba em condições de atender ao setor de óleo e gás.

Quantas empresas do Espírito Santo vieram à feira?

Oito empresas.

Elas têm experiência no setor de petróleo?

Algumas estão em um estágio mais avançado de maturidade junto ao setor, e outras ainda são incipientes. Cada um tem um estágio, e a feira traz várias dosagens do remédio para atendê-las.

As empresas que foram a Cingapura e Houston deram seguimento a essa atuação?

Sem dúvidas. Lá em Cingapura a nossa agenda foi muito forte, então nós conseguimos entender naquele momento quais seriam as empresas que poderiam ser parceiras da Jurong no Brasil. E ali nasceram alguns relacionamentos que hoje estão sendo consolidados para a fabricação de sondas. Agora o estaleiro Jurong vai entregar a primeira sonda, a Arpoador, que já está em fase de comissionamento.

Qual foi o impacto da Lava-Jato e da crise de petróleo no Espírito Santo?

A unidade operacional da Petrobrás no Espírito Santo tem um objetivo: produção. Esse problema pelo qual a empresa está passando, não só pela Lava-Jato como pela questão financeira, é muito mais um problema de governança do que de outras coisas. E esse problema atingiu o Brasil inteiro, de uma forma geral. Mas o Espírito Santo tem uma vantagem que é o estaleiro Jurong, e entendemos que ele tem hoje as melhores condições para fabricar as encomendas do setor, como as plataformas que estão para ser construídas.

Então temos essa vantagem, além do Estado estar recebendo diversos investimentos para bases de apoio offshore. Um projeto da envergadura do Porto Central, por exemplo, é vultoso. Ele tem participação do porto de Roterdã, que detém 30% do rendimento e vai ser o responsável pela operação.

Como está o andamento do projeto?

Eles já têm licença para começar a atuar, e estão trabalhando agora nas demais liberações para dar início ao projeto.

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como faço pra ter acesso a uma oportunidade de trabalho nessa área.