EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO AUMENTARÃO ORÇAMENTO PARA CIBERSEGURANÇA EM 2021
A digitalização já estava na pauta das empresas do setor elétrico quando a pandemia de Covid-19 surgiu. As medidas de distanciamento adotadas para frear o contágio pelo coronavírus aceleraram ainda mais a digitalização de vários processos dentro das empresas desse segmento. Contudo, um novo estudo da PwC Brasil indica que os investimentos em inteligência artificial, robótica, machine learning e outras tecnologias precisam ser acompanhados por um plano de segurança cibernética ágil e estruturado. A consultoria também indicou que quase 60% das empresas do setor em todo o mundo devem aumentar o orçamento de cibersegurança em 2021.
De acordo com o novo relatório “A evolução do setor elétrico diante das ameaças cibernéticas nos ambientes de missão crítica”, desde o início da pandemia, as concessionárias do setor elétrico brasileiro aderiram ao trabalho remoto para a equipe de atendimento ao cliente e aperfeiçoaram serviços por meio de novos canais digitais. As companhias também aumentaram suas capacitações de análise de dados e direcionaram esforços na geração de ganhos com a melhoria dos índices de qualidade, redução de custos e otimização da cadeia de suprimentos.
“A quarta revolução industrial, que a sociedade vive agora, evidencia o intenso uso de dados por meio de tecnologias como inteligência artificial (IA), robótica, machine learning e Internet das Coisas (IoT), entre outras, que alavancam a utilização de big data e promovem a migração das atividades presenciais para o mundo digital“, afirmou o sócio e líder da Indústria de Energia da PwC Brasil, Ronaldo Valiño (foto). O especialista, porém, ressaltou que essas tecnologias aumentaram drasticamente tanto a exposição das empresas a ameaças quanto os riscos de segurança cibernética.
O estudo da PwC Brasil aponta que foi observado um aumento de incidentes de segurança no setor elétrico, com riscos de impactos para a sociedade. Além disso, casos como esses podem gerar muitas dores de cabeça para as empresas do setor, como multas regulatórias e possíveis paralisações parciais ou totais dos serviços. Agora, as ameaças cibernéticas subiram uma posição entre as principais preocupações do setor, saindo do 5º lugar em 2019 (30%) para a 4ª colocação em 2020 (33%). Os demais problemas do segmento citados são excesso de regulação, incertezas políticas e econômicas e conflitos comerciais.
Uma outra pesquisa da PwC, chamada “Digital Trust Insights”, afirmou que as companhias de energia em todo mundo estão investido cada vez mais na segurança digital. O estudo revelou que 58% das empresas dessa indústrias vão aumentar o orçamento de cibersegurança em 2021.
A consultoria lembra ainda que o Brasil não tem uma regulamentação específica sobre segurança cibernética para as infraestruturas do setor elétrico. A PwC acredita que devem surgir regulamentações locais para definir requisitos gerais de evolução da maturidade de segurança cibernética na indústria. Isso vai aumentar a necessidade de preparação das companhias para adequações de segurança e evolução da capacidade de resposta aos incidentes.
“Um bom programa de segurança cibernética, alinhado aos objetivos do negócio e riscos, pode alavancar as capacidades de identificação, preparação e resiliência das organizações contra as ameaças cibernéticas no ambiente de missão crítica, bem como atender às novas regulamentações no setor”, avaliou o sócio e líder de Cyber Security da PwC Brasil, Eduardo Batista (foto à direita).
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