EPE E BNDES FECHAM PARCERIA VISANDO INCENTIVAR RESTAURAÇÃO FLORESTAL COM RECURSOS DE PETROLEIRAS
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) assinaram nesta semana um acordo de cooperação com o objetivo de estudar e propor formas de colaboração financeira de empresas de óleo e gás em prol da conservação e restauração florestal no país. Segundo as duas entidades, a ideia é ampliar as opções para que as petroleiras compensem suas emissões de gases do efeito estufa.
Atualmente, segundo fontes do setor, o mercado de óleo e gás ocupa o terceiro lugar no ranking de maiores emissores brutos de efeito estufa no Brasil, atrás da mudança do uso do solo e florestas e da agropecuária. Boa parte das petroleiras internacionais já divulgou metas ousadas de redução de pegada ambiental para as próximas décadas.
Para o BNDES e a EPE, a maior parte desse corte nas emissões virá de investimentos em unidades de produção, a exemplo de eficiência energética e injeção de dióxido de carbono (CO2) nos poços. Enquanto isso, a compensação de emissões com créditos de carbono terá um papel complementar, principalmente no curto prazo, com benefícios para o setor florestal.
Pelo acordo, o banco e a empresa de pesquisa irão avaliar a possibilidade de um instrumento de transferência de recursos financeiros das petroleiras para atividades de sequestro e armazenagem de carbono no setor florestal, a título de compensação de emissões de carbono. Os estudos vão abranger ainda o alcance de outros benefícios coletivos relacionados à água, biodiversidade, controle de erosão, equilíbrio do microclima, entre outros.
“A recuperação da vegetação é importante não apenas para a manutenção da biodiversidade e o sequestro de carbono, mas também para a redução da erosão e disponibilidade de recursos hídricos”, disse o superintendente de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES, Julio Leite. Ainda de acordo com ele, esses possíveis investimentos poderão ter um potencial sobre o setor hidrelétrico, já que a restauração florestal reduz o transporte de sedimentos pelos rios e retarda o fim da vida útil dos reservatórios.
A cerimônia virtual de assinatura do acordo teve a participação do presidente da EPE, Thiago Barral (foto principal), do diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da EPE, Giovani Machado, da Chefe da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do MME, Agnes da Costa; e do diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES, Bruno Aranha.
O plano de trabalho da parceria prevê uma nota técnica para sistematizar os tipos de estratégias, ações e projetos existentes de conservação e recuperação florestal e de mitigação de emissões de gases de efeito estufa das empresas do setor no Brasil e no mundo. Os resultados fornecerão subsídios para elaboração de um documento-síntese com a proposição de instrumentos de transferência de recursos das empresas para atividades de sequestro e armazenagem de carbono no setor florestal, a título de compensação de emissões, além de alcance de benefícios coletivos relacionados à água, biodiversidade, solo e microclima.
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