ESTALEIRO BRASFELS ANUNCIA DEMISSÃO DE MAIS 1,5 MIL FUNCIONÁRIOS
Afundado em dificuldades financeiras, o Estaleiro Brasfels vem reduzindo suas operações e deu início nesta semana a novos cortes: mais 1,5 mil trabalhadores serão dispensados da unidade nas próximas semanas. A redução do quadro de funcionários, que soma agora 3 mil dispensados desde novembro do ano passado, tem como base o prejuízo crescente da empresa, que não recebe pagamentos da Sete Brasil desde o final de 2014 e acumula um endividamento cada vez maior.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, a medida foi anunciada pela diretoria na última sexta-feira (29). A expectativa é de que as demissões sejam feitas em parcelas, com início previsto para esta terça-feira (2). O estaleiro soma hoje um total de US$ 4 bilhões a serem recebidos da Sete Brasil, que encomendou um pacote de seis sondas a serem construídas na unidade. Hoje, todas as obras do contrato estão paralisadas devido ao não pagamento.
“O Brasfels não recebe um centavo da Sete Brasil desde outubro de 2014”, afirma o presidente do sindicato dos metalúrgicos, Manoel Sales. De acordo com ele, uma das sondas, a DRU 1, já conta com 95% de suas obras concluídas. A embarcação Frade, por sua vez, beira hoje os 70% de progresso em sua construção.
O estaleiro, que já contou com mais de 12 mil funcionários, tem hoje cerca de 5.300 empregados ativos. Diante do novo corte, os representantes do trabalhadores buscam avançar em um acordo para definir critérios nas demissões. Em audiência nesta semana com o Ministério do Trabalho, o sindicato aprovou que as demissões devem ser debatidas para dar preferência à saída de funcionários que estejam prestes a se aposentar, além de regras que avaliem desempenho.
Segue abaixo a nota emitida pelo estaleiro em relação aos novos cortes:
“O BrasFELS tem sido fortemente impactado pelas condições de mercado em deterioração bem como pelo contínuo atraso nos pagamentos pela Sete Brasil. Apesar de estarmos sem receber pagamentos da Sete desde novembro de 2014, nós continuamos trabalhando nos projetos para a Sete Brasil até o fim de 2015 e mantivemos a maioria da nossa força de trabalho empregada. Estamos frequentemente em contato com a Sete sobre os pagamentos atrasados, mas ainda não há solução.
Nós tomamos uma série de medidas para gerir os nossos custos visando manter nossas operações e cumprir com os nossos compromissos. Para sustentar nossas operações tivemos que tomar a dolorosa decisão de reduzir nossa força de trabalho.
Nós estamos trabalhando em conjunto com o Sindicato e estamos mantendo nossos trabalhadores informados sobre a atual situação, buscando minimizar o impacto para as pessoas e para a comunidade.“
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