EXXONMOBIL CONFIRMA SAÍDA DE MEGA PROJETO DE ÓLEO E GÁS NA RÚSSIA E CANCELA NOVOS INVESTIMENTOS NO PAÍS
A americana ExxonMobil confirmou as expectativas do mercado e anunciou que não fará novos investimentos na Rússia, como uma resposta à invasão da Ucrânia promovida pelo governo de Moscou. Além disso, a petroleira também vai interromper as suas operações no projeto de petróleo Sakhalin-I, que compreende a três campos offshore – Chayvo, Odoptu e Arkutun-Dagi. Não se trata de um empreendimento qualquer. As reservas totais estimadas do projeto são de 2,3 bilhões de barris de petróleo e 485 bilhões de metros cúbicos de gás natural. A Exxon opera o Sakhalin-I, em parceria com a russa Rosneft, o grupo japonês Sodeco e a indiana ONGC. Abrir mão dessas reservas certamente trará impactos significativos nas finanças da petroleira, que devem ser reportados no próximo balanço da companhia.
“A ExxonMobil apoia o povo da Ucrânia enquanto busca defender sua liberdade e determinar seu próprio futuro como nação. Lamentamos a ação militar da Rússia que viola a integridade territorial da Ucrânia e põe em perigo seu povo”, disse a ExxonMobil. “Estamos profundamente tristes com a perda de vidas inocentes e apoiamos a forte resposta internacional. Estamos cumprindo integralmente todas as sanções”, acrescentou a companhia, liderada atualmente pelo executivo Darren Woods (foto).
Pelo fato de ser operadora de Sakhalin-1, a ExxonMobil diz que ainda precisará cuidar da segurança dos seus funcionários, a proteção do meio ambiente e a integridade das operações. “Nosso papel como operador vai além de um investimento de capital. O processo de descontinuação das operações precisará ser cuidadosamente gerenciado e coordenado de perto com os co-empreendedores para garantir que seja executado com segurança”, explicou a companhia. A ExxonMobil finalizou dizendo que dada a situação atual na Ucrânia, não investirá em novos desenvolvimentos na Rússia.
Como já noticiamos no início da semana, as petroleiras Shell, Equinor e BP também anunciaram a retirada de investimentos da Rússia e a saída de empreendimentos realizados em parceria com estatais de energia. E a lista de empresas que estão de malas prontas para abandonar empreendimentos no país não para de crescer. A petroleira OMV, da Áustria, declarou que não prosseguirá com a compra de uma participação no campo de gás e condensado de Urengoy, da Gazprom. A empresa está também revisando seu envolvimento no gasoduto Nord Stream 2. A OMV é uma das empresas que financia o gasoduto e investiu cerca de US$ 814 milhões no empreendimento.
Enquanto isso, o grupo britânico IOG, que estava prestes a vender gás do campo Elgood, no Mar do Norte do Reino Unido, para uma subsidiária do grupo estatal russo Gazprom, declarou que encerraria o acordo com efeito imediato. A empresa britânica disse que notificou a Gazprom Marketing & Trading e acrescentou que seus “pensamentos estão com todos os afetados pela invasão chocante e não provocada da Ucrânia”.
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