FUP QUER QUE O NOVO PRESIDENTE DA PETROBRÁS VOLTE A ANTIGA POLÍTICA DE PREÇOS

Joaquim Silva e LunaA demissão do presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, provoca repercussões desde a a noite de ontem (19). É impressionante a unanimidade. Talvez só ele e alguns de sua diretoria acreditavam que estavam fazendo a coisa certa. Amanha ( 23, haverá uma reunião do Conselho de Administração. O governo, majoritário no conselho, disse não a renovação do mandato de Castello Branco. O novo presidente, o General Silva e Luna, tem muita experiência, é um nacionalistas, e vai mudar a política da companhia. É muito provável uma revisão geral. Desde a venda das empresas a preço de banana, até a política de preços que só dava prejuízos aos clientes da Petrobrás. Vamos aguardar o trem sair para ver como serão as mudanças na companhia. Se vai mudar os diretores, sabe-se lá. Quem estiver alinha com a política de Castello Branco, muito provavelmente, entregará o cargo. Se não, poderá continuar. E isso vale para os membros do Conselho de Administração. Silva e Luna é sério e competente e gosta de trabalhar. Ele vê a Petrobrás de forma diferente de Castello Branco. Basta ver os progressos que conseguiu para Foz do Iguaçu no período em que esteve a frente da Itaipu Binacional.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos foi a primeira instituição a se manifestar.  Para a Federação, a indicação do general Joaquim SilvaDeyvid Bacelar e Luna, gera dúvidas sobre a condução da nova política de preços da empresa. “De nada adianta a mudança na cadeira, se não houver mudança da política de preços desastrosa”, diz o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar(foto a direita). A FUP divulgou uma nota, que vamos reproduzir na íntegra:

“ A população brasileira vem sofrendo com a manutenção, pela gestão Castello Branco, da nefasta política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Uma política que reajusta gasolina, óleo diesel e gás de cozinha com base preço internacional do petróleo e na cotação do dólar – mesmo quando esses combustíveis são produzidos no país, com óleo brasileiro. Resultado: combustíveis caros, fretes e alimentos em alta, inflação subindo. Para a FUP, a saída de Castello Branco é a oportunidade de a Petrobrás reforçar sua posição integrada e verticalizada, “do poço ao posto”, como são as grandes petroleiras do mundo, fortalecendo suas operações nos diversos segmentos da cadeia de petróleo, gás natural e energia, gerando empregos, negócios e renda, investindo em alta tecnologia e na capacitação de seu corpo técnico, assim como fortalecendo a indústria brasileira fornecedora de bens e serviços.

 Além disso, a gestão de Castello Branco, que aparentemente beneficiava os acionistas da Petrobrás, é desastrosa para a companhia em médio e longo prazos, com efeito futuro no seu valor de mercado. Com a venda de ativos importantes para o negócio da Petrobrás, como a BR Distribuidora, a Liquigás, campos de petróleo e gás natural, transportadoras de gás natural, como a TAG, termelétricas e usinas eólicas, a gestão de Castello Branco transformava a Petrobrás numa mera produtora e exportadora de petróleo, reduzindo seu valor no longo prazo e seu papel na economia nacional.

rlamO mais recente desastre econômico e financeiro cometido por Castello Branco foi a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o Fundo Mubadala, de Abu Dhabi, anunciada no início deste mês. A venda integra um programa de desinvestimento da empresa que abre mão de sua liderança no refino brasileiro alegando a criação de uma concorrência – o que é falacioso. A venda da RLAM, fechada apressadamente e sem necessidade num momento de pandemia e crise econômica global, renderá à Petrobrás US$ 1,65 bilhão. No entanto, cálculos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) mostram que a planta vale entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.

O banco BTG também pontuou que a RLAM foi vendida por um valor pelo menos 35% menor do que valeria. Prejuízo para a Petrobrás e para o Brasil. Com a queda de Roberto Castello Branco, a FUP e seus sindicatos esperam que a Petrobrás retome seu protagonismo na economia brasileira, sobretudo diante da incompetência do governo federal de adotar medidas justas e socialmente responsáveis para a retomada econômica do país em um momento tão grave quando o da pandemia de Covid-19”

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