FIRJAN VÊ COM PREOCUPAÇÃO AS NOVAS MEDIDAS IMPOSTAS PELO GOVERNO ANUNCIADAS PELO MINISTRO FERNANDO HADDAD

HADDAA Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) reagiu ao pronunciamento de ontem (12) do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que informou sobre o lançamento do Programa “Litígio Zero”, a volta do voto de qualidade nos julgamentos de processos administrativos pelo CARF e as alterações na legislação do PIS e da COFINS de forma a dar mais segurança jurídica sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo das referidas contribuições. No Programa “Litígio Zero”, o governo federal propôs um parcelamento de débitos em litígio administrativo, com redução de 40% a 50% sobre o valor total do débito para processos de até 60 salários mínimos ou redução de até 100% de multa e juros para créditos irrecuperáveis ou de difícil recuperação.

Além disso, estão entre as medidas anunciadas: a normatização da exclusão do ICMS da base de cálculo do crédito do PIS e da COFINS;a Medida Provisória que revoga a norma, publicada em 30.12.2022, que reduziu pela metade do PIS e da COFINS sobre receita financeira; maior segurança jurídica na Denúncia Espontânea pelos contribuintes as medidas de redução de despesa da administração federal.

Para a FIRJAN, “se por um lado é elogiável a dispensa de recurso de ofício em processos de até R$ 15 milhões, traz enorme preocupação a medida que limita o acesso ao CARF aos processos de valor superior a mil salários mínimos.” Para a federação das indústrias, “a limitação de valores acima de mil salários mínimos retira a possibilidade de milhares de contribuintes de discutir seus processos em um tribunal paritário”.

Nesse contexto, a Firjan ressalta a necessidade de um esforço conjunto de todos os poderes e da sociedade brasileira para a aprovação de reformas estruturantes e para a definição de um novo arcabouço fiscal, ou seja, de regras que definam a sustentabilidade das contas públicas.

Na nota em que revela seu posicionamento, a FIRJAN diz que é fundamental que o Brasil aprove uma reforma tributária “Por isso, defendemos que haja uma discussão profunda e imediata sobre o tema, acabando de uma vez com remendos às leis tributárias que geram confusão, insegurança jurídica e perda de competitividade. Para termos um setor produtivo pujante é fundamental a aprovação de uma reforma ampla, que traga simplificação, neutralidade, transparência e isonomia entre os diversos setores da economia”, acrescentou.

O texto da Firjan continua dizendo que cabe ainda acrescentar a importância da reforma administrativa. “O tributo tem, entre seus objetivos, custear as atividades do Estado que é cada vez maior e mais pesado. Para se ter uma ideia, as despesas obrigatórias consomem mais de 90% da receita pública. Por isso, antes mesmo de definir o tamanho da carga tributária, é fundamental que haja uma redução do custo do estado brasileiro, em especial com o enxugamento da máquina pública”.

A Firjan defende, há mais de 20 anos, a necessidade de alterações profundas na estrutura do estado e, por isso, é mandatório o avanço da reforma administrativa para que possa haver redução dos gastos públicos e, assim, da carga tributária. “Não há espaço para atalhos. É urgente a concretização da agenda de reformas estruturais e o alinhamento das regras fiscais. Esse é o caminho para que a indústria nacional tenha competitividade suficiente para gerar emprego e renda, tornando o Brasil um país mais forte e justo”, concluiu a entidade.

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