FRANÇA ESCOLHE A ENERGIA NUCLEAR E O HIDROGÊNIO COMO FONTES PRIORITÁRIAS DE ENERGIA NO PLANO 2030

Se alguém tinha dúvidas sobre o futuro energético francês, ela foi desfeita pelo Presidente Emmanuel Macron no Palácios do Eliseu: “o futuro da França será Nuclear”. A fonte está no centro do plano de reindustrialização do programa França para 2030, anunciado por Macron. O plano inclui um programa para demonstrar a tecnologia de pequenos reatores e a produção em massa de hidrogênio usando eletricidade nuclear nesta década. Faltando seis meses para as eleições presidenciais, Macron apresentou o programa como sua “resposta aos grandes desafios de nosso tempo para construir o humanismo do século 21”. 

A primeira convicção em seu discurso foi que inovação e industrialização estão ligadas e que foi um erro da França pensar que poderia ser inovador enquanto deixava suas indústrias mais pesadas entrarem em declínio: “Nosso país vai se reindustrializar por meio de startups tecnológicos e do que se chama de tecnologia profunda. E nossos grandes grupos industriais vão sobreviver, se transformar e vencer o jogo graças à inovação disruptiva de startups que elas terão incubado ou que terão comprado ou com as quais terão parcerias”.

Assim, o  ‘Reinventando a Energia Nuclear’ foi colocado como o primeiro objetivo no plano de Macron, com 1 bilhão de euros  alocado para demonstrar a tecnologia de pequenos reatores nucleares. Ele disse que este programa estaria começando muito rapidamente com primeiros projetos muito claros. “Na verdade, devemos lançar vários projetos de diferentes famílias tecnológicas. A energia  nuclear merece a primeira posição no plano. Continuar a desenvolve-la é absolutamente fundamental porque sabemos que continuaremos a precisar dessa tecnologia”, afirmou.

Nas próximas semanas o governo francês poderá tomar a decisão de construir mais seis grandes reatores nucleares. O segundo objetivo de Macron também tinha uma relação estreita com o setor nuclear do país. O hidrogênio: “É realmente um setor de energia onde podemos fazer isso porque temos ativos. Temos um ativo primário, mais uma vez, a energia nuclear”. A possibilidade de usar eletricidade limpa da frota francesa de 56 reatores nucleares é “uma grande mudança  que nos permitirá ser um líder  no emergente setor de hidrogênio” , disse Macron.

Ele prevê que o hidrogênio substitua os combustíveis líquidos para o transporte rodoviário. “No setor de hidrogênio, temos pesquisas muito boas, temos players  muito bons: a Air Liquide e alguns outros fabricantes. Além disso, temos uma rede de start-ups, fabricantes de equipamentos, empresários, inovadores que estão prontos para começar e que são organizados. É necessário um compromisso sério com o hidrogênio. Devemos desenvolver nossa oferta industrial em hidrogênio e, portanto, investir maciçamente neste setor. Isso significa que até 2030, a França deve poder contar em seu solo pelo menos duas gigafábricas de eletrolisadores para produzir hidrogênio maciçamente e todas as tecnologias necessários para seu uso”.

Além de 8 bilhões de euros nesses projetos de energia, Macron sinalizou que a França “investirá maciçamente” para ajudar a descarbonizar a indústria pesada existente. “Vai ser investimento público e privado, mas sem investimento público é impossível, é insustentável”. No total, o plano França 2030 equivale a 30 bilhões de euros de investimentos.