IBP QUER ESTABELECER AGENDA ANUAL PARA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) está passando por um momento de reformulação tanto de seu corpo executivo, quanto de sua linha de atividades, e tem como uma das metas o estabelecimento de uma agenda anual para a indústria do petróleo. O presidente do IBP, João Carlos de Luca, explicou, em evento de comemoração aos 56 anos do instituto, que a ideia é selecionar temas para alinhar os projetos e as discussões a serem desenvolvidas ao longo do ano.
“Por exemplo: meio ambiente, conteúdo local, as rodadas de licitação etc. Então todos vão saber claramente quais são os objetivos da indústria”, afirmou.
A iniciativa faz parte do plano estratégico que o IBP está desenvolvendo, pela primeira vez, após sugestão do secretário geral, Milton Costa Filho. Dentro do novo programa, que conta com assessoria da consultoria Mackenzie, estão incluídas diversas propostas, como a criação de uma publicação regular com dados estatísticos do setor, a realização de mais estudos técnicos e a busca por práticas desenvolvidas em entidades pelo mundo que possam ser aplicadas aqui.
De acordo com De Luca, o instituto realiza cerca de 2.400 reuniões por ano, mas ainda precisa melhorar a área de processos, com o estabelecimento de procedimentos padronizados, de modo a manter a continuidade do sucesso dos eventos promovidos no país. Além disso, realizaram uma grande reforma nas instalações, para que a estrutura possa atender melhor às necessidades do IBP.
“Temos mais de 1.700 voluntários, temos associações que funcionam aqui, então o objetivo é ser um centro de discussão isento, para promover o crescimento contínuo. Como diz nosso novo slogan, queremos ser ‘a casa da nossa indústria’”, disse.
RODADAS REGULARES
Um dos principais pontos discutidos pelos executivos presentes no almoço foi a necessidade de haver rodadas de licitação regulares. Todos afirmaram que a falta de previsibilidade é uma condição que gera muita insegurança na indústria e, consequentemente, em sua aplicação de recursos.
“Se você não tem rodadas, você desmobiliza equipes. Não tem como montar uma estrutura para longo prazo. Isso também não ajuda a indústria local a se organizar e se capacitar”, afirmou o secretário executivo de Exploração e Produção do IBP, Antônio Guimarães, que era diretor de upstream da Shell Brasil e está cedido ao instituto por três anos.
O secretário geral, Milton Costa Filho, reiterou a defesa realizada por De Luca e Guimarães, lembrando que as operadoras precisam se planejar para alocar os investimentos, de modo que, na falta de rodadas no Brasil, elas acabam indo para outras regiões do planeta.
“Se há reservas, por que não ofertar? Além disso, se o México abrir o mercado, vai ser uma ameaça para nós”, afirmou, referindo-se às discussões que vêm ocorrendo no México com o intuito de iniciar a realização de rodadas de licitação.
Guimarães contou que existe uma portaria publicada pelo Ministério de Minas e Energia, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, sobre um plano quinquenal de rodadas, para definir quais blocos podem ser ofertados e de que maneira isso será feito a cada cinco anos. No entanto, ela ainda não foi posta em prática.
“Estamos aguardando e apoiamos que isso seja implementado. Quanto maior a regularidade, maior a confiabilidade”, afirmou.
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