IRÃ DENUNCIA ESTADOS UNIDOS POR IMPEDIR CHEGADA DE EQUIPAMENTOS PARA REPAROS EM INSTALAÇÕES VENEZUELANAS
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, advertiu os Estados Unidos a não mobilizar sua Marinha no mar do Caribe para impedir as remessas de produtos petroleiros do Irã para a Venezuela. Em carta destinada ao secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, Zarif alertou sobre as “movimentações dos Estados Unidos para mobilizar sua Marinha no Mar Caribe com a finalidade de intervir e perturbar a transferência de petróleo do Irã para a Venezuela”. O ministro disse que qualquer atuação neste sentido seria “ilegal e uma forma de pirataria.” Zarif disse também que os Estados Unidos seriam responsáveis pelas consequências de qualquer medida ilegal.
A agência de notícias iraniana noticiou que contava com informações de que quatro navios de guerra da Marinha americana teriam sido mobilizados no mar do Caribe com vistas a um “possível confronto com petroleiros iranianos”. Elliot Abrams, enviado do Departamento de Estado americano para a Venezuela, acusou Caracas de pagar o Irã com ouro para contribuir com a recuperação de seu setor petroleiro, muito prejudicado. Os Estados Unidos impuseram sanções às exportações de petróleo venezuelano e iraniano e também a autoridades governamentais e militares dos dois países.
O vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, pediu ao embaixador suíço, que representa os interesses de Washington em Teerã, a informar aos Estados Unidos a séria advertência iraniana. Araghchi destacou que qualquer eventual ameaça aos petroleiros iranianos levaria a uma “resposta rápida e decisiva“. A Venezuela tem as maiores reservas provadas do mundo de petróleo, opera abaixo de sua capacidade. Apesar de toda a pressão da comunidade internacional pela sua saída, do ditador Nicolás Maduro permanece no poder, com o apoio das forças militares e de Cuba, bem como de China e Rússia, seus principais credores. Teerã afirmou reiteradas vezes seu apoio a Nicolás Maduro frente ao líder opositor Juan Guaidó, a quem 60 países reconheceram como presidente encarregado do país sul-americano, após as irregularidades com as quais se reelegeu em 2018.
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