IRANIANOS VÃO POSTERGANDO NOVO ACORDO SOBRE ENRIQUECIMENTO DE URÂNIO E AMERICANOS JÁ FALAM EM OPÇÃO MILITAR
O ministro iraniano encarregado da questão nuclear, Ali Baghéri, vai reunir-se em Bruxelas com o negociador europeu Enrique Mora para discutir a retomada das negociações em Viena. A União Europeia e os iranianos discutem o programa nuclear, os embargos econômicos e a produção de urânio enriquecido. Cada vez mais os iranianos, que vão e voltam nas negociações, ganham mais tempo para continuar enriquecendo urânio com capacidade de uso militar. Mas, ao que parece, esse tempo está acabando e as exigências estão cada vez mais fortes e radicais. Ali Baghéri anunciou em sua conta no Twitter que “vai reunir-se com o coordenador do acordo, Josep Borrel, em Bruxelas, para continuar nossas discussões, a fim de retomar as negociações e obter resultados”. Agora, os americanos tem pressa em resolver o problema e fala em opção militar.
A UE está exigindo que os iranianos retomem as negociações lançadas em Viena para salvar o acordo nuclear concluído em 2015. As negociações estão suspensas desde a eleição de junho de um novo presidente iraniano. “As negociações devem ser realizadas em Viena”, insistem os europeus. Mas os iranianos querem “debater questões que permanecem pendentes” após o encontro com o negociador europeu Enrique Mora, em Teerã. Após ser informado de que o negociador iraniano deseja se encontrar com ele, Josep Borrell disse que está disposto a recebê-lo, mas não a negociar: “Apoiamos firmemente o diálogo da UE com o Irã, mas o destino final deve ser Viena, onde os Estados Unidos participam indiretamente das negociações, reagiu o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price.
O acordo alcançado entre Irã e Estados Unidos, Reino Unido, China, Rússia, França e Alemanha ofereceu a Teerã o levantamento de parte das sanções internacionais em troca de uma redução drástica de seu programa nuclear, colocado sob estrito controle da ONU. Depois da retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo em 2018, durante a presidência de Donald Trump, o Irã abandonou gradualmente seus compromissos e Washington impôs sanções contra o regime. O presidente americano, Joe Biden, se diz disposto a se incorporar ao pacto alcançado em 2015, com a condição de que o Irã renove seus compromissos. Os Estados Unidos elevaram o tom e ameaçam recorrer à opção militar se a diplomacia não conseguir impedir que o Irã obtenha a arma atômica, precisamente o que o acordo de 2015 pretende evitar.
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