KPMG AFIRMA QUE SETOR DE ÓLEO E GÁS TERÁ QUE SE REINVENTAR PARA ENFRENTAR NOVA REALIDADE NO PÓS-COVID
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Os tempos de pandemia de coronavírus têm sido marcados por muitas incertezas sobre o futuro do setor de óleo e gás como um todo. Ainda assim, o mercado tem já tem, ao menos, algumas projeções e ideias sobre como serão os tão aguardados dias de retomada. Para a KPMG Brasil, a indústria de petróleo terá de se reinventar em um cenário que será marcado por uma aceleração de processos que já estavam vigentes no segmento: digitalização, busca por automação e redução ainda mais profunda nos custos. Para o chairman da KPMG no Brasil e na América do Sul, Charles Krieck (foto), o setor de O&G até poderá voltar aos níveis anteriores de atividade em níveis pré-Covid, mas em um cenário que será diferente do “velho normal”.
“Eu entendo que [o setor de óleo e gás] vai ter que pensar em novas aplicações para seus produtos e na adaptação para a nova realidade. Essa é uma das transformações. Outra será [o uso da] tecnologia para diminuição de custos. Uma coisas que o setor sofre muito é que você tem de um lado o custo fixo e, do outro, uma volatilidade enorme de preços”, declarou.
A afirmação foi feita durante um seminário online para jornalistas organizado pela KPMG. Durante o evento, a empresa apresentou suas visões sobre como será a retomada em vários setores da economia brasileira. Ao todo, foram apresentados quatro padrões de retomada. O setor de óleo e gás entra em um cenário de retomada classificado pela KPMG como “transformar para reemergir”. Assim, Krieck acredita que o setor terá que se reinventar: “O que estamos vendo é que o trabalho remoto vai ser muito mais utilizado. Isso significa que as pessoas vão se movimentar menos e usar menos petróleo. Isso vai afetar sim as vendas e a produção”, afirmou.
Neste sentido, o chairman da KPMG no Brasil afirma também que vê, por exemplo, que o transporte público deve continuar com menor movimentação, pelo menos em um primeiro momento. “A maioria dos planos, inclusive o nosso, prevê o início do retorno das atividades para aqueles que não utilizam o transporte público. Hoje, o transporte público, na ordem da contaminação, é um dos meios de maior contágio, conforme temos ouvido dos especialistas. Então, no momento zero, o transporte público vai continuar sofrendo”, projetou.
Já o sócio-líder de clientes e mercados da KPMG no Brasil e América do Sul, André Coutinho, que também participou do webinar, lembrou que a indústria de óleo e gás vinha passando por um processo de buscar mais digitalização e maior automação em seus processos internos. Com a pandemia, essas tendências ganharão um novo impulso.
“Eu acho que a Covid-19, assim como aconteceu com outros setores, acabou fazendo com que essas necessidades se tornassem ainda mais urgentes. Então, neste sentido, me parece que o tema central será buscar automação dos processos. E com isso também se busca fazer otimização de custos e verificar alianças com parceiros”, afirmou.
Em outros cenários de retomada previstos pela KPMG, empresas dos setores de químicos e petroquímicos, educação digital e outros vão experimentar um nível de atividade maior na comparação com o período pré-Covid, graças ao comportamento do consumidor favoravelmente alterado durante a crise. Já os setores de tecnologia, saúde, utilidades públicas e outros não vão crescer, mas sim retomar os níveis anteriores à crise. Já a retomada mais difícil ficará com setores como aéreo, hoteleiro, esportes, mídia, entre outros, que vão lutar para se recuperar da crise da Covid-19.
A KPMG também apresentou algumas outras considerações sobre como enxerga o ambiente empresarial no período de retomada. As viagens a negócios, por exemplo, são apontadas como risco elevado para contaminação. Por isso, as organizações devem avaliar todas as viagens, até que haja clareza sobre os riscos e a situação se estabilize. Sobre as reuniões presenciais dentro das companhias, a KPMG acredita que devem ser evitadas pelo menos nas primeiras duas ou quatro semanas após o retorno das pessoas ao escritório. Pode ser útil limitar o número de participantes em reuniões presenciais e continuar proibindo eventos e conferências externas até que a ameaça do coronavírus se estabilize.
Além de Krieck e Coutinho, o webinar teve também as falas da sócia-líder do comitê de capital humano da KPMG no Brasil, Luciene Magalhães, que abordou as medidas adotadas pela empresa para assegurar a segurança de seus colaboradores durante o período de crise; e o sócio do KDSC/PMO, Roberto Gomez, que abordou os pontos mais relevantes que devem ser levados em contas por todas as companhias em seus planos de retomada de atividades.
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