LÍDERES EMPRESARIAS SE PREPARAM PARA O PIOR, MAS ESPERAM UM 2017 MELHOR DO QUE 2016

muller-2-300x235-1Todo final de ano o Petronotícias busca ouvir as principais lideranças empresariais do mercado brasileiro. Virou uma tradição do nosso portal. A maior parte dessas lideranças ouvidas no final de 2015 projetava um ano muito ruim em 2016. O tom era pessimista, mas a realidade acabou sendo ainda pior. Tivemos o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, a cassação do presidente da câmara, Eduardo Cunha, embates entre o Supremo Tribunal Federal e o Senado; a delação do “fim do mundo” de mais de 70 executivos da maior empreiteira brasileira, a Odebrecht, envolvendo numa rede de corrupção políticos de todas as envergaduras; a instabilidade do dólar; eleição para prefeitos e vereadores; 12 milhões de desempregados; a queda acentuada do preço do barril de petróleo; estados em penúria; a paralisação quase total dos investimentos da Petrobrás; centenas de empresas em recuperação judicial ou quebrando; a ameaça de quebra do conteúdo local; inflação descontrolada; falta de crédito; juros exorbitantes. Não faltaram notícias ruins. Notícia boa ? Só a que este ano está terminando. Ufa !

O que o mercado está pensando para 2017 ? Foi o que fomos procurar saber com essas lideranças empresariais brasileiras, que responderam basicamente a três perguntas:

1- Como analisa os acontecimentos neste ano em seu setor?

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

3- Quais as perspectivas para 2017? Pessimistas ou otimistas?

Na edição desta quinta-feira (15), ouvimos os empresários Antônio Muller, Presidente da ABDAN – Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares -, Carlos Costa, Diretor da AF Brasil, e Marcelo Taulois, da TRX Invest. Vejam as respostas dos três a seguir.

Em primeiro lugar, Antônio Muller, profissional de larga experiência e de muita credibilidade no mercado brasileiro por sua firmeza, capacidade de aglutinação e profundo conhecedor do segmento de petróleo e gás e da área nuclear brasileira.

1 – “Este ano foi muito difícil para todos os segmentos de energia. O setor elétrico não contratou nenhum novo projeto de porte especialmente em geração, e inclusive alguns projetos importantes estão parados. Quanto ao setor de petróleo e energia, foi também um segmento de poucos investimentos, tanto em exploração e produção, quanto em novos projetos de produção de óleo, gás e derivados. O ano de 2016 se caracterizou por um ano de pouco investimento dos principais players do segmento de energia.”

2– “A solução para os problemas é maior investimento em novas unidades, e para isto se faz necessária uma política agressiva de desenvolvimento, atuando em revisão da política tributária, legislação trabalhista, entre outras. As empresas brasileiras vêm durante os anos se estruturando e são competitivas. O que retira a competitividade das empresas são os altos impostos em  cascata, uma legislação trabalhista ultrapassada, prejudicando os empregados e empregadores, e consequentemente o desemprego.”

3- “Temos que ser otimistas, não baixar a cabeça. O país é forte e existem muitas oportunidades. Iremos em 2017 crescer pouco, porém com a restruturação que está sendo feita pelo governo e empresas importantes como Petrobrás, Eletrobrás, Vale etc., acreditamos que a partir de 2018 teremos de novo um ciclo de crescimento importante.”

carlosCarlos Costa, Diretor da AF Brasil, empresa finlandesa de grande trânsito na área de energia, também dá a sua opinião:

1-“Foi um ano de baixa atividade econômica e poucas oportunidades de negócios. Percebemos uma falta generalizada de iniciativa de investimentos e muito ceticismo para 2017.”

2- “Fomentar a iniciativa privada a investir em infraestrutura. Esta deveria ser a prioridade.”

3- “Notei uma mudança de percepção no último quarto do ano. As pessoas voltaram a fazer um discurso mais contido e até pessimista.”

Veja agora a opinião do experiente do empresário Marcelo Taulois,  diretor da TRX Invest.

1– “Até o terceiro bimestre, o Brasil estava parado e as ações na indústria foram de redução de custo e zero investimento. O mercado agonizou de uma forma que nunca experimentei nos meus 30 anos de trabalho. Após o impeachment, lá por outubro, o mercado começou a mostrar um “sentimento de esperança”, mas sem efeito nas estratégias de curto prazo das empresas para 2017.”talouis

2- “Eu acredito que se leis fossem respeitadas e o não cumprimento prontamente punido, que o nível de confiança no mercado brasileiro aumentaria absurdamente. Obviamente que, aliado a isso, medidas que permitam que as empresas operem com mais eficiência, desburocratizando processos externos a ela, seriam ações que certamente impulsionariam a retomada do país.”

3- “Não acredito que vai haver uma melhora radical no mercado em 2017 e sim elementos pontuais que vão contribuir para um ambiente mais positivo a  longo prazo.”

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