MAIOR CENTRAL NUCLEAR DA UCRÂNIA TRANSFERIU SEU ÚLTIMO REATOR PARA DESLIGAMENTO A FRIO

USINAFuncionários da Agência Internacional de Energia Atômica que estão na usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, a maior central nuclear da Europa,  relatam que foram informados de que a unidade 4 está sendo transferida para desligamento a frio – tornando-a a sexta e última unidade a fazê-lo. O Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, tem instado os operadores russos da usina ocupada a colocar todas as suas unidades em desligamento a frio, como parte dos esforços para minimizar os riscos à segurança e proteção nuclear. Em mensagem divulgada em seu canal Telegram, os operadores da usina anunciaram que na sexta-feira(12), às 07h00, horário local,  “ especialistas iniciaram o resfriamento da unidade de energia N4.  normalmente”.

A central, que está sob controle militar russo desde o início de março de 2022, parou de gerar eletricidade em setembro de 2022, mas manteve uma das suas unidades em “desligamento a quente” para fornecer aquecimento à central e à cidade vizinha de Energodar, bem como para processar vapor para tratamento de resíduos líquidos no local. No início deste ano, quatro geradores de vapor a diesel foram instalados para atender às necessidades de resíduos, e a decisão de desligar a unidade a frio segue-se ao fim oficial da estação de aquecimento de inverno na Energodar. A vantagem do encerramento a frio é, diz a AIEA, que “há uma margem de resposta adicional de vários dias antes que o arrefecimento do combustível nuclear no reator possa ser desafiado” e também requer menos água de arrefecimento.

Grossi disse: “Mudar para o desligamento a frio é um passo positivo para a segurança e proteção nuclear, embora atualmente seja ofuscado pelos grandes perigos militares que a usina enfrenta”.      O diretor-geral falava enquanto o Conselho de Governadores da AIEA realizava uma reunião extraordinária após os ataques de drones na usina e nos arredores dela nos últimos dias, que ele disse ter sido a primeira vez que ela foi alvo direto desde novembro de 2022. Grossi, que se dirigirá ao Conselho de Segurança das Nações Unidas na segunda-feira(15), disse que os acontecimentos das últimas semanas violaram os cinco princípios de segurança nuclear acordados pelo Conselho de Segurança da ONU em Maio passado. Estas incluíam que não deveria haver ataque a, ou a partir, de uma central nuclear.

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