MERCADO REAGE À GREVE DOS PETROLEIROS

A greve dos petroleiros iniciada na última semana tem como principal pauta o fim do plano de desinvestimentos da Petrobrás, que já teve como resultado a venda de 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui e deve ainda vender pelo menos 25% da BR Distribuidora. Se o objetivo dos grevistas será alcançado ainda é uma incógnita, mas os primeiros efeitos já estão sendo sentidos pela estatal. Além da queda na produção de petróleo, as ações da companhia também caíram na Bovespa, na última quarta-feira (4).

A desvalorização da companhia por conta da paralisação de funcionários é um problema a ser superado pela estatal, haja visto a necessidade de levantar recursos estimados em US$ 79 bilhões até 2019, de acordo com estimativas da J.P.Morgan.

De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), 47 unidades marítimas da Petrobrás estão em greve na Bacia de Campos, maior produtora de petróleo do país. O impacto da greve na produção diária gera dúvidas, com a Petrobrás afirmando que no dia 4 a produção diminuiu apenas 6,5% em relação ao período pré-greve, informação contestada pela FUP, que calcula 25% da produção nacional de petróleo reduzida.

A possibilidade de um acordo entre grevistas e direção da Petrobrás é vista como pequena no mercado. Atrapalham as negociações o alto endividamento da companhia e o baixo valor do barril de petróleo. Uma greve por um longo período de tempo preocupa especialistas do setor, que temem um espaço de meses para que a produção retorne ao seu ritmo habitual.