MESMO DIANTE DE TODOS OS PROBLEMAS VIVENCIADOS PELA CRISE DO PETRÓLEO E O CORONAVÍRUS, PETROLEIROS AMEAÇAM NOVA GREVE

Tem horas que é difícil compreender a posição de alguns sindicalistas pela falta de sensibilidade de se perceber o momento certo para agir.  No momento em que a economia está de cabeça para baixo, o país se sacrificando para diminuir os efeitos da pandemia do Coronavírus, com os negócios da área de petróleo mergulhando, os petroleiros planejam propor uma nova greve  por “direito de recusa ao trabalho,” caso a Petrobrás se negue a atender aos sindicatos em questões referentes à prevenção do Covid-19. O direito de recusa está previsto na cláusula 63 do Acordo Coletivo de Trabalho vigente da Petrobrás. Segundo o documento, o trabalhador pode suspender as suas atividades se julgar que a sua “vida e/ou integridade física sua e/ou de seus colegas de trabalho e/ou as instalações e/ou meio ambiente se encontre em risco grave e iminente”.

A  Federação Unica dos Petroleiros – FUP-  cobrou da Petrobrás  medidas de prevenção do novo coronavírus. Em nota, os sindicatos defenderam que a medição de temperatura dos petroleiros seja feita também na entrada das bases de terra da companhia e no transporte coletivo. A Petrobrás declarou que tem checado as condições físicas e reforçado as orientações de saúde aos seus funcionários no momento do embarque para unidades offshore. Caso alguém a bordo apresente sintomas, será imediatamente desembarcado e haverá acompanhamento para todas as pessoas que tiveram contato próximo. Para a FUP, a medição de temperatura não é suficiente. Ele ressalta que o período de incubação do vírus pode levar até sete dias e que o trabalhador pode, portanto, embarcar estando com o vírus, ter a temperatura medida e não apresentar febre.

O Sindipetro-NF denunciou aglomeração de petroleiros no Heliporto do Farol de São Tomé enquanto aguardavam triagem da equipe médica. O sindicato cobrou da Petrobrás o aumento da equipe de triagem, fornecimento de mais máscaras para a equipe e orientação para quem aguarda. Os petroleiros querem que a Petrobrás pare suas áreas administrativas, colocando pessoas chave  trabalhando de casa. Garantir aos trabalhadores terceirizados o pagamento integral dos seus salários e só permitir a embarcação de funcionários nas plataformas após quarentena. Mas a Petrobrás já anunciou que está fazendo isso desde o dia 18. Sua diretoria trabalhando com a meta de ter no mínimo 50% da força de trabalho atuando remotamente nas próximas semanas.