MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE AO TCU QUE ADRIANO PIRES NÃO ASSUMA A PETROBRÁS ANTES DE INVESTIGAÇÃO SOBRE CONFLITO DE INTERESSES

Ao que parece, a chegada de Adriano Pires (foto) à presidência da Petrobrás não será tão tranquila. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) sugeriu que o consultor não assuma a estatal sem antes passar por uma investigação para averiguar um possível conflito de interesses. Como se sabe, Pires é o sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), uma consultoria que trabalha para diversas empresas, incluindo companhias de óleo e gás. A representação contra Pires [disponível na íntegra neste link] foi protocolada pelo subprocurador-geral Lucas Furtado.

No pedido, Furtado afirma que “Adriano José Pires Gonçalves mantém relações econômicas de caráter privado com diversas empresas nacionais e internacionais que se relacionam com a Petrobrás, inclusive concorrentes diretas da estatal no mercado internacional, como as petrolíferas americanas Chevron e Exxon Mobil e a britânica Shell”.

O autor da representação segue escrevendo que esse quadro é de “extrema gravidade para a necessária isenção que se espera de um futuro dirigente da maior empresa brasileira, exigindo que sejam previamente e cabalmente afastados quaisquer riscos de conflito de interesses, que podem ser extremamente perniciosos para a Petrobras e para a própria economia nacional”. O subprocurador lembra ainda que Pires já havia sido escolhido, em 2018, para integrar o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Naquela ocasião, o TCU começou uma investigação sobre conflitos de interesses, mas o próprio consultou decidiu afastar-se do cargo para o qual foi nomeado.

Ora, se havia efetivamente um intransponível conflito de interesses que impossibilitava o Sr. José Pires de exercer uma função meramente opinativa em um órgão consultivo, tendo em vista sua atuação no mercado privado de prestação de serviços a empresas do setor energético, com muito mais razão esse conflito aflora no caso de vir a ser confirmado como presidente da Petrobrás, maior cargo de direção e comando da mais valiosa empresa do país, tendo a União como acionista majoritário”, avaliou Furtado.

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