GUERRA DA UCRÂNIA REDUZIU OFERTA DE RADIOFÁRMOS RADIOATIVOS DA RÚSSIA, MAS IPEN NÃO PAROU PRODUÇÃO

ienA interrupção do fornecimento do radioisótipo Molibdênio-99 por parte da Rússia durante duas semanas, devido à guerra na Ucrânia, não impactou a produção de geradores de Tecnécio-99 no IPEN. O Instituto importou de outros dois fornecedores, mesmo pagando mais caro pelo insumo. Além disso, recentemente, o IPEN foi acionado para atender, de última hora, dois clientes privados que compraram geradores da Argentina, mas que não receberam o produto devido a problemas do fabricante. O tecnécio é um radioisótopo que serve como base para 11 radiofármacos distribuídos pelo IPEN utilizados em cerca de 80% dos procedimentos adotados na medicina nuclear. Principal produto do Instituto para o mercado nacional. O  gerador é um dispositivo a partir do qual pode-se retirar esse radioisótopo, proveniente do decaimento radioativo do Molibidênio 99, atualmente importado da Rússia, África do Sul e Holanda.

De acordo com o IPEN, todos os esforços estão sendo empreendidos para garantir que os pedidos de geradores sejam entregues de forma regular, ainda que, em algumasipen 1 situações episódicas, alguns clientes recebam o produto com atividade menor do que a solicitada, em decorrência da falta do insumo no mercado internacional. Nos dois anos críticos de pandemia da Covid-19, quando o número de procedimentos foi reduzido e houve problemas de logística aérea, a produção não parou, mas ocorreram  atrasos nas logísticas nacional e internacional. Neste mês de março o  IPEN produziu quatro unidades extras de geradores de Tecnécio para atender clientes que ficaram desabastecidos porque a empresa revendedora, que importa da Argentina, não entregou. O pesquisador ressalta o diferencial que é uma radiofarmácia pública consolidada, como a do Instituto, que tem mecanismos de produção constantes e capacidade de atender demandas não previstas.

radioPara lembrar,  acaba de ser aprovado na Câmara dos Deputados, por 363 votos a 112, o texto base da Proposta de Emenda Constitucional no 517-A, de 2010, do Senado Federal, visando à flexibilização da produção de radiofarmárcos de meia-vida longa. A conclusão da votação em primeiro turno está prevista para a próxima semana, após a análise das  propostas de alterações pontuais no texto principal. Em seguida, haverá votação em segundo turno. Não havendo alterações em relação ao texto aprovado em 2010 pelo Senado, a proposta será promulgada pelo Congresso Nacional, com inevitáveis impactos na produção pública, sobretudo quanto à regulação de preços. Com recursos do Ministério da Saúde, da FINEP e da FAPESP, o IPEN vem trabalhando para ampliar e incrementar seu Centro de Radiofarmácia e, dessa forma, aumentar e modernizar sua planta deipen 4 produção. Em paralelo, o Brasil busca a sua autossuficiência na produção do 99Mo com o projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), o maior empreendimento na área nuclear no país, na atualidade, cuja execução está sob a responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)

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