MUDANÇA NA POLÍTICA NUCLEAR DOS ESTADOS UNIDOS PODE SACUDIR O MERCADO MUNDIAL DE ENERGIA GLOBAL
Se alguém achava que os americanos estavam virando as costas para a energia nuclear no mundo, pode tirar o cavalo da chuva. Os Estados Unidos levantaram a proibição de financiar projetos de energia nuclear no exterior. A Corporação Internacional de Financiamento ao Desenvolvimento americano (DFC) alterou sua Política e Procedimentos Ambientais e Sociais após um período de consulta pública de 30 dias. Adam Boehler (foto principal), CEO da DFC, disse que a decisão da empresa – que também alinha sua definição de energia renovável com a usada pela Administração de Informações sobre Energia dos EUA – marca um “passo significativo” nos esforços dos Estados Unidos para apoiar as necessidades de energia de seus clientes. Aliados em todo o mundo posiciona o DFC para acelerar o crescimento nas economias em desenvolvimento que têm recursos energéticos limitados.
Boehler declarou: “Estamos ansiosos para explorar oportunidades para alavancar essa nova capacidade de fornecer energia acessível, confiável e livre de emissões onde for mais necessária. Ao mesmo tempo, esses esforços também promoverão tecnologias inovadoras que aderem aos altos padrões de segurança, proteção e não proliferação dos Estados Unidos”. O DFC – o banco de desenvolvimento dos Estados Unidos- trabalha em parceria com o setor privado para financiar soluções para os desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento e investe em vários setores. Suas Políticas e Procedimentos Ambientais e Sociais, anteriormente, o proibiram categoricamente de investir na produção ou no comércio de materiais radioativos, incluindo reatores nucleares e seus componentes. A incapacidade de oferecer opções atraentes de financiamento tem sido vista como uma barreira ao potencial de exportação de reatores e tecnologia nuclear dos Estados Unidos.
A atualização reconhece as necessidades de energia dos países em desenvolvimento, bem como as novas e avançadas tecnologias, como pequenos reatores modulares e microrreatores, que podem ser particularmente impactantes nesses mercados, afirmou o CEO da DFC: “A modernização da política de energia nuclear da DFC ajudará a fornecer uma fonte de energia com emissão zero, confiável e segura para os países em desenvolvimento, a fim de promover o crescimento econômico e o acesso a energia a preços acessíveis em comunidades carentes. Essa
mudança também oferecerá uma alternativa ao financiamento de regimes autoritários, ao mesmo tempo em que avança as salvaguardas de não proliferação e apoia a competitividade nuclear americana.”
O secretário de Energia dos Estados Unidos, Dan Brouillette, que esteve uma reunião com o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, recebeu um convite para voltar ao Brasil em novembro, se for confirmada a realização da II Cúpula da Plataforma Biofuturo, prevista para ser realizada entre 30 de novembro e 2 de dezembro deste ano, no Hotel Renaissance, em São Paulo (SP). Brouillette aceitou. Nos Estados Unidos, ele disse que os desafios de financiamento resultantes da proibição de legados tinham anteriormente impedido o governo e a indústria privada de todo o mundo de importar tecnologia nuclear civil dos EUA: “A reversão dessa proibição é uma ação de senso comum que aumentará a segurança energética global e ajudará outros países a atingir suas próprias metas de redução de emissões, proporcionando aos cidadãos uma geração confiável de carga de base.” Segundo ele, a mudança dessa política permitirá às exportações nucleares dos EUA competir em condições mais equitativas contra entidades estatais de países como Rússia e China, com potencial de crescimento de bilhões de dólares nas exportações.
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