NIPLAN APOSTA EM DIVERSIFICAÇÃO PARA ENFRENTAR MERCADO RETRAÍDO EM 2013

Por Daniel Fraiha / Petronotícias

A presidente Dilma Rousseff já fez seu pedido para este ano: “um pibão grandão”. O desejo da governante do país veio a reboque de um PIB bastante fraco em 2012 (menos de 1%), que também não está muito bem avaliado nas previsões para 2013. As empresas estão se preparando para enfrentar um cenário adverso este ano, e a Niplan, que faz montagem industrial por todo país, já traçou seu planejamento para lidar com esse quadro: vai apostar em diversificação. Em 2012, a empresa cresceu 20%, fechando o ano com um faturamento de mais de R$ 600 milhões, atuando em projetos de mineração, siderurgia, óleo&gás, entre outros setores. O presidente da companhia, Paulo Nishimura, afirma que 2013 deve ser um “ano de sobrevivência”, mas está confiante na capacidade da empresa em atender segmentos variados para se sobressair no mercado brasileiro. Além disso, depois da associação com o grupo espanhol Essentium, a empresa já está orçando projetos pela América Latina, e deve iniciar a internacionalização em alguns meses.

Como foi o ano de 2012?

Foi um ano bastante produtivo, em que tivemos um crescimento da ordem de 20%, para mais de R$ 600 milhões. Tivemos a associação com o grupo Essentium, que deve começar a gerar novos negócios este ano, além de empreendimentos bastante importantes para a empresa. Ressaltamos, por exemplo, a reforma do Alto Forno 1 da ArcelorMittal, uma obra muito importante e muito técnica. Talvez no máximo cinco empresas no Brasil tenham capacidade técnica para fazer essa obra. Este é o maior alto forno do Brasil, com capacidade de processamento de três milhões de toneladas por ano, com o maior tempo de funcionamento aqui, em torno de 27 anos. Foram quase 3 mil homens trabalhando nesse projeto. Além disso, estamos avançando com outros projetos de grande porte para a Vale e para a Samarco

Quais são os destaques no setor de óleo e gás?

Nós concluímos vários empreendimentos importantes, como a Unidade de Reforma Catalítica (URC) da Refinaria de Cubatão, o pacote de tratamento de águas na Replan, entre outros projetos. Mas houve uma retração nos investimentos na área de refino, do onshore, do abastecimento, de gás e energia, em comparação com os anos anteriores. Essa retração deve se manter ainda por um tempo. Os investimentos maiores são na área de offshore.

Como foram esses primeiros meses após a associação com o grupo Essentium?

Foi positivo. Ainda é recente, estamos orçando alguns empreendimentos no exterior, principalmente em países de língua hispânica. Existem alguns países que temos maiores possibilidades, como a Venezuela, algo em Cuba, na República Dominicana, no México, mas ainda são fases orçamentárias. Nosso foco principal é montagem industrial, estamos nos concentrando em levar isso para esses países e complementando com a experiência que eles têm em infraestrutura, mas a questão de tê-los nos ajudou também com um fortalecimento econômico. Ainda existe a possiblidade de investimentos conjuntos na área de offshore.

Que tipo de investimentos?

Quem sabe no segundo semestre temos novidades de alguma coisa mais pronta (do que o estaleiro que será construído em Aratu, na Bahia), quem sabe um estaleiro pronto. Deve haver algum investimento nesse segmento offshore, mas ainda não podemos adiantar, porque não foi decidido.

Em que passo está o projeto do estaleiro na Bahia?

Estamos finalizando as licenças, o que deve acontecer nos próximos meses, para começarmos a construção. Realmente houve um atraso, mas o empecilho é a dificuldade que existe no Brasil com relação às licenças por parte do Ibama. Nosso foco é a área de módulos e manutenção, apoio, enfim, de uma dimensão menor. Os investimentos serão da ordem de R$ 100 milhões, o terreno já foi assinado e tem 100 mil m² de área.

Pretendem investir em alguma nova área em 2013?

Esse ano de 2013 a taxa de crescimento vai ser pequena no Brasil, apesar de ser um pouco melhor do que 2012. Nosso foco então é o mercado de montagem industrial, química, petroquímica, mineração, siderurgia, energia, óleo&gás etc. Então esse ano vamos estar muito focados no nosso negócio. Acho que esse ano é o ano da sobrevivência.

A Niplan está com alguns negócios novos, certo?

Fechamos a ampliação da fábrica da Invista, antiga Dupont, em Paulínia, na área petroquímica. Ganhamos a concorrência e estamos executando. Estamos fazendo também uma nova termelétrica, de 517 MW, para a Initec, do grupo espanhol ACS, que foi contratada pela MPX, para a UTE Parnaíba, no Maranhão.

O governo falou em estender a política de conteúdo local para o Mercosul recentemente. Como vê essa possibilidade?

O Mercosul, na minha visão, não tem muito o que contribuir em termos de fabricação, indústria, engenharia e serviços. As empresas que são globais, principalmente no mercado da América Latina, já estão presentes aqui. Não sei se terá muito efeito.

Quais devem ser os projetos prioritários para a Niplan em 2013?

Para 2013, acho que não temos nenhum projeto especial. Estamos trabalhando nessa área do mercado de offshore, na parte da internacionalização também, e eu diria que é um ano de sobrevivência, infelizmente. Vamos trabalhar firme aqui, com uma expectativa de taxa de crescimento com otimismo, em função da nossa diversificação, que é um ponto muito forte da Niplan. Como atuamos em todos os mercados, isso tem nos ajudado também em épocas de crise. Baseado nessa estratégia de não concentrar negócios em um só segmento, o ano vai ser focado na sobrevivência, sem muitos grandes projetos.

Qual foi o faturamento de 2012? E a previsão para 2013?

Foram 600 e poucos milhões de reais. A projeção é manter um faturamento nessa ordem, com uma taxa de crescimento em torno de 5%.

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jose

eu gosto muito de noticias,seja qual for.a niplan eu tenho satisfaçao em ler.gosto muito de rever por onde eu passei.valeu senhor paulo nishimura.rose

jose
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jose

quero saber se aq na basf vai começar algum progeto?

jose
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jose

entao pode me mandar a resposta?

jose
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jose

vai dar tudo serto eu acredito