NOVA FASE DA LAVA JATO PRENDE SERGIO CABRAL POR ENVOLVIMENTO EM ESQUEMA DE R$ 220 MILHÕES EM PROPINAS

Sergio CabralA manhã desta quinta-feira (17) começou movimentada no Leblon, onde o ex-governador Sergio Cabral (foto) foi preso em seu apartamento, a poucos metros da praia carioca. Ele foi levado pela Polícia Federal em uma nova fase da Operação Lava Jato, batizada de Calicute, por acusações de envolvimento num esquema que teria desviado cerca de R$ 220 milhões em propinas. E não bastou um mandado de prisão. Foram dois. Um expedido pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba, e outro pelo juiz Marcelo Brêtas, do Rio de Janeiro.

Ao todo, os dois juízes emitiram 79 mandados judiciais para serem cumpridos nesta quinta, sendo 62 a partir da justiça carioca e 17 da justiça paranaense. Brêtas autorizou 38 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva, dois de prisões temporárias e 14 de condução coercitiva, enquanto Moro expediu outros 14 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e um de prisão temporária.

Além de Cabral, foram presos temporariamente o ex-secretário de obras Hudson Braga – e atual braço-direito do governador Pezão – e o ex-coordenador de campanha e ex-secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos. Já a esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, foi alvo de condução coercitiva.

“A apuração em curso identificou fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas a agentes estatais, incluindo um ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, além de outros fatos”, afirmou a Polícia Federal em comunicado.

Uma das principais obras citada nas investigações é a reforma do Maracanã, em que Cabral teria recebido 5% de propina para que a Andrade Gutierrez se associasse à Odebrecht e à Delta no contrato. As acusações que embasaram a nova operação são fruto de delações de executivos da Andrade e da Carioca Engenharia, que também apontaram o pagamento de propinas multimilionárias nas obras do Arco Metropolitano.

O nome da operação faz referência à insurgência de habitantes da cidade indiana contra os planos de Pedro Álvares Cabral na Índia, em 1500, e os crimes investigados são de pertencimento à organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, entre outros.

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