OURO NEGRO APOSTA EM NOVA TECNOLOGIA PARA AUMENTAR RECUPERAÇÃO EM CAMPOS MADUROS

Eduardo-Costa_Ouro-Negro_IBP_webA empresa carioca Ouro Negro (sem relação com a petroleira também carioca Ouro Preto) avançou rapidamente no mercado de óleo e gás desde 2010, quando surgiu a partir de laboratórios da PUC-Rio, e já conta no currículo com uma tecnologia premiada na Offshore Technology Conference (OTC) – fruto de uma parceria com a Petrobrás, o Cenpes e a PUC-Rio –, mas a conquista de mercado com sua primeira inovação não arrefeceu a busca por novas tecnologias. É o que conta o presidente da empresa, Eduardo Costa, que revela planos para lançar uma nova solução para completação de poços em 2017, com o intuito de aumentar o fator de recuperação de campos maduros, atualmente em fase final de qualificação. Para manter esse ritmo, ele não afasta a possibilidade inclusive de investirem em startups ou de darem suporte ao desenvolvimento de novas tecnologias criadas por elas. “Acreditamos que temos muitas oportunidades, tanto no mercado interno como no externo, até mesmo por que temos parcerias com empresas estrangeiras e uma tecnologia premiada internacionalmente”, diz.

Em quais projetos a Ouro Negro está envolvida atualmente dentro do setor de óleo e gás?

O nosso principal projeto nesse mercado é o MODA, sistema de monitoramento da integridade de risers flexíveis. Temos hoje mais de 150 sistemas MODA implantados diretamente nos risers flexíveis, durante sua fabricação. Muitos destes risers já foram instalados em unidades offshore de produção em campos do pré-sal.

Desenvolvido junto com o Cenpes-Petrobrás e a PUC-Rio, o MODA é uma das dez tecnologias pioneiras utilizadas no desenvolvimento do pré-sal pela Petrobrás, que ganhou o Distinguished Achievement Award da Offshore Technology Conference 2015, a principal premiação da indústria mundial de petróleo. O MODA também recebeu o prêmio Inovação Tecnológica 2014, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Como funciona o sistema?

O MODA é fornecido em duas modalidades: o MODA Spy-Hole, que é instalado diretamente no riser flexível na planta fabril do fornecedor desse equipamento, e o MODA Retrofit, a solução que desenvolvemos para ser usada em risers já em operação em plataformas offshore. Nos dois casos, quem faz a instalação do sistema é a equipe da Ouro Negro, que também desenvolveu o sistema para aquisição, transmissão e processamento de dados, que contempla a emissão de relatório de integridade estrutural dos risers flexíveis.

A empresa está envolvida no desenvolvimento de novas tecnologias para o setor de óleo e gás?

Além do MODA, a Ouro Negro está envolvida em diversos projetos de desenvolvimento, que vão desde soluções de monitoramento e comunicação subsea, até soluções de completação inteligente de poços. Estes projetos encontram-se em diferentes estágios de desenvolvimento, mas posso antecipar que a solução de completação inteligente, desenvolvida especificamente para aumento de recuperação de campos maduros, está na fase final de qualificação, com previsão de lançamento no mercado no próximo ano. Estamos de olho no futuro para antecipar as demandas e desenvolver soluções tecnológicas eficazes e seguras para essa indústria, que tem uma demanda intensiva por tecnologias, principalmente nas atividades de exploração e produção.

A empresa está em negociação para novos contratos com a Petrobrás ou com outros clientes?

A aquisição e implantação do sistema MODA é um processo que abrange mais de uma empresa, desde a operadora às fornecedoras de risers flexíveis, e muitas vezes está inserida em um pacote. Assim sendo, não temos como antecipar qualquer tipo de negociação nesse sentido. O que posso dizer é que já temos um número considerável implantado com sucesso e em plena atividade em várias unidades offshore. Acreditamos que a efetividade dessa solução levará a tecnologia a ser aplicada em outros ativos, não apenas da Petrobrás, mas também de outras operadoras, no Brasil e no exterior.

Qual o planejamento da Ouro Negro para expandir sua atuação no setor de óleo e gás?

A percepção da Ouro Negro é que essa expansão não deve se restringir ao mercado interno e que deverá ser feita de forma planejada e objetiva, dentro das áreas de atuação definidas hoje para a Ouro Negro. Contudo, estamos sempre atentos às tecnologias que vêm sendo desenvolvidas em startups ou outras organizações e que podem demandar investidores ou uma empresa para dar suporte ao processo de desenvolvimento, com vistas a disponibilizar uma solução final ao mercado. Enfim: estamos abertos a incorporar novas tecnologias ao nosso portfólio, sem perder o foco e o alinhamento com o DNA tecnológico e inovador da empresa.

De que forma avalia as mudanças regulatórias em curso no Brasil? Como elas afetam os negócios da Ouro Negro?

Todas as medidas que possibilitem a ampliação do mercado, o ingresso de novos players e a implementação de novos projetos/empreendimentos são altamente positivas para a cadeia de fornecedores da indústria de óleo e gás. Principalmente para aqueles que fornecem tecnologias que concorrem para o aumento ou manutenção da produtividade e da rentabilidade das operadoras, como é o caso da Ouro Negro.

Qual a perspectiva da empresa com as próximas rodadas de licitação da ANP?

A nossa expectativa é sempre de expansão do mercado. Estamos mais que preparados para atender aos players do setor de óleo e gás, inclusive ao aumento da demanda decorrente da inserção de novas operadoras. Ou seja: a Ouro Negro está não somente qualificada e capacitada para suprir uma demanda crescente como também tem todas as condições básicas para se expandir.

Como a empresa está enfrentando a crise no setor de óleo e gás? Quais são as perspectivas para o mercado brasileiro para o ano de 2017?

A Ouro Negro tem apresentado um crescimento sólido desde sua criação, em 2010. Fizemos uma capitalização e reestruturação em 2015 e elaboramos um planejamento estratégico que tem se mostrado acertadíssimo. O nosso foco tem sido desenvolver tecnologias e soluções inovadoras para auxiliar a indústria do petróleo a minimizar custos e riscos e aumentar a eficiência de produção. O diferencial está na eficácia do que desenvolvemos e disponibilizamos para o mercado. Esse é um ponto chave em nossa atuação. Por isso, acreditamos que temos muitas oportunidades, tanto no mercado interno como no externo, até mesmo por que temos parcerias com empresas estrangeiras e uma tecnologia premiada internacionalmente. A indústria está retomando o rumo do crescimento e isso não ocorre de uma hora para outra, mas é permanente a demanda por tecnologias que assegurem a essa indústria maior agilidade na tomada de decisões, menor risco de incidentes ou paradas da produção e, consequentemente, redução de custos.

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